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Estudo mapeia possíveis cenários para os próximos dois anos

em Destaques
quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Espaços híbridos integrando o físico e o digital, consumo de baixo impacto, metaverso e tecnologias para controlar os riscos da crise climática. Essses cenários integram o Report Macrotendências 2022-2023, estudo lançado pelo Lab de Tendências da Casa Firjan, e que pode servir de base para o desenvolvimento de planejamentos estratégicos de muitas empresas.

Fruto dos chamados Estudos de Futuros e construído por uma equipe multidisciplinar, que utiliza pontos de análise variados para mapear tendências, o relatório leva em consideração as mudanças e rupturas do contexto social, econômico e cultural e indica temas em destaque para os próximos anos.

Um dos assuntos que seguirá no foco e será um desafio para empresas e governos é a dinâmica híbrida integrando o físico e o digital. Ou seja: repensar o nível de imersão dos espaços físicos para que não se tornem obsoletos em relação aos avanços digitais e trazer um maior nível de imersão e sensorialidade para as experiências online.

“Com o avanço do e-commerce, temos visto lojas físicas se colocarem não apenas como um ponto de venda, mas como um espaço de entretenimento para além da compra dos produtos. Um desses exemplos é a mega loja das Casas Bahia, inaugurada recentemente em São Paulo e que foi criada para ser um laboratório de inovação e experiência imersiva”, comenta Ana Carolina Machado Fernandes, coordenadora do Lab de Tendências da Casa Firjan.

Pesquisa realizada pela All In e Social Miner, em parceria com a Opinion Box, inclusive, indica que 60% dos consumidores brasileiros já consomem de maneira híbrida. Já no campo da educação, instituições de ensino também se reinventam e passam a construir pequenos mundos online. “A Universidade de Stanford, recentemente lançou sua primeira aula ministrada totalmente em realidade virtual. Mais um exemplo que traz novas experiências em um mundo cada vez mais interconectado”, complementa a pesquisadora Isabela Petrosillo.

Os próximos dois anos constituem um período no qual a crise climática se torna um fator cada vez mais incontornável nas decisões empresariais. Diante de um panorama de insegurança quanto ao acesso aos bens e diversos impactos no clima, tem se criado uma utopia tecnológica, em busca de soluções rápidas para problemas complexos. Confira os cenários mapeados:

  1. – Cybertopia – Compreende a tecnologia em um mundo descentralizado. Um dos exemplos são as mudanças ocorridas no setor financeiro, envolvendo a blockchain, as criptomoedas e os NFTs. Outro destaque importante é a busca por aumento da eficiência nos ambientes fabris, como a redução de custos e desperdícios e a criação de serviços gerenciados pela tecnologia, por meio do avanço da inteligência artificial e do outras ferramentas de análise de dados.
  2. – Altermundo – Vai lidar com a tecnologia para um mundo habitável. Ou seja, pautas como crise climática e economia verde vão não só incentivar consumidores a serem mais conscientes, como exigir uma postura sustentável das empresas em relação a produtos e serviços. As indústrias, por sua vez, passarão a informar mais o nível de impacto de sua produção, enquanto a descarbonização e outras ações ligadas ao mercado do clima estarão cada vez mais presentes.
  3. – Pluridiverso – Pensa a tecnologia como ferramenta de revisão da performance. Essa macrotendência trata da elaboração de etiquetas para as relações nos espaços digitais, a reinvindicação de novos vínculos de trabalho e do conceito de Logística Afetiva. Pessoas também estarão cada vez mais conscientes do seu papel na sociedade e vão exigir políticas equitativas.

Estudo recente divulgado pelo Great Place to Work mostra que o modelo de trabalho híbrido com parte dos funcionários no escritório e parte a distância, parece ser uma tendência forte. Entre as 2.008 pessoas respondentes, 30,2% afirmaram que as empresas onde trabalham já adotaram uma nova política em relação ao formato de trabalho.

Desses, 77,7% ficarão com o modelo híbrido no contexto pós-pandemia. O desejo dos funcionários, aliás, está em sintonia com as decisões das empresas. Isso porque 64,7% preferem o trabalho híbrido, enquanto apenas 16,4% acham melhor atuar 100% home office e 11,3%, totalmente presencial.

“Pessoas passarão a trabalhar cada vez mais de lugares diferentes com fuso horários variados. Empresas precisarão entender que tipo de pessoa querem colocar no remoto e no presencial”, reforça Ana Carolina. Mesmo para os negócios que se mantiverem presenciais, será necessária uma adequação para interações com stakeholders que ingressarão em modelos híbridos ou remotos.

Nesse contexto, o conceito de produtividade também deverá ser revisto. Depois de tantas mudanças, o que significa ter uma boa performance? Na visão das pesquisadoras, políticas de saúde mental dentro das empresas seguirão sendo uma um importante balizador para o bem-estar dos colaboradores. – Fonte e outras informações: (www.firjan.com.br).