Diante da falta de clareza no quadro político doméstico, combinado ao maior aperto monetário iniciado nos Estados Unidos, a Bovespa registrou no primeiro semestre de 2018 a retirada de R$ 9,947 bilhões por parte dos investidores estrangeiros.
Este é o segundo maior volume de retiradas registrado pela B3 desde 2004, quando os dados começaram a ser compilados.
Em comparativos semestrais o resultado só perde para o período de julho a dezembro de 2008, quando os estrangeiros retiraram R$ 17,972 bilhões da B3. Na ocasião, a crise do subprime nos Estados Unidos culminou com a quebra do Lehman Brothers em setembro daquele ano.
Para a equipe de análise da Guide Investimentos, essa tendência deve prevalecer até final de agosto, visto que o cenário para emergentes segue desfavorável. Segundo a corretora, de um lado temos a expectativa de alta nos juros americanos e do Banco Central Europeu (BCE), que também deve começar a seguir o movimento de aperto monetário mais forte nos próximos meses. Outra questão destacada por analistas é o quadro de incertezas no disputa eleitoral.
Lucas Claro, analista da Ativa Investimentos, concorda que a tendência de retiradas deve continuar, principalmente até a definição do quadro eleitoral. Segundo ele, o clima de guerra comercial entre China e Estados Unidos, aliado a valorização do dólar, contribui para a busca por proteção em mercados mais garantidos como os títulos do Tesouro dos EUA (AE).