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Especialista dá dicas definitivas para melhorar seus investimentos

em Destaques
terça-feira, 27 de julho de 2021

Para quem já tem experiência na área, ou para quem está começando a investir seu dinheiro, o especialista em investimentos e coordenador de pós-graduação da FECAP, Marcelo Cambria, reuniu as dicas a seguir para auxiliar a potencializar as melhores escolhas para seus investimentos e acertar na hora da aplicação do seu dinheiro.

  1. – Antes de começar, faça o Teste Suitability – É o perfil de risco do investidor. O teste é exigido pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Ambima), uma das mais importantes entidades financeiras do país e certificadora de profissionais deste mercado. A entidade responde pela adequação de investimentos, perfil do investidor versus características dos investimentos, bem como pela adequada aplicação em fundos de investimentos, uma indústria muito relevante no Brasil.

Quando se abre uma conta em uma corretora de investimentos, existe um processo de identificação de tolerância ao risco do cliente. A regulação exige que as corretoras façam a Análise de Perfil dos Investidores (API) e ofertem somente produtos financeiros adequados às características do investidor.

O teste é exigido para evitar que agentes autônomos e distribuidores de investimentos vendam investimentos que não são compatíveis com o perfil do investidor. A identificação do perfil de risco é muito importante para que o investidor não aplique em um produto que não é adequado ao seu interesse.

O Teste de Suitability é um conjunto de questões que buscam verificar qual é o perfil do investidor: seu grau de tolerância a risco, se ele está preparado pra ver o valor do investimento ser menor do que o montante aplicado por um determinado tempo, ou até de maneira definitiva. Identificado o perfil, os gerentes de investimentos e agentes autônomos podem indicar os produtos condizentes com o perfil.

  1. – Qual é o meu perfil? – Antes de investir, é necessário considerar a disponibilidade de caixa/renda que você consegue poupar e o prazo que você consegue esperar para que o investimento mature. Para investidores que priorizam o baixo risco: os investimentos mais indicados são os de curto prazo, geralmente vinculados a taxa DI (uma taxa de juros que acompanha de perto a taxa básica de juros, a Selic). Ela tem apresentado uma remuneração baixa porém com pouca ou nenhuma volatilidade (oscilação).

Ou seja, o investidor recebe o custo do dinheiro no mercado privado diariamente, pactuando qual percentual dessa taxa vai receber, com base na proposta do emissor quanto ao produto e remuneração. Geralmente esses investimentos se aplicam em títulos de curto prazo, por isso eles não tem variabilidade de preço relevante.

Os investidores com perfil de risco médio aceitam diversificação de seus investimentos, incluindo um pouco de renda variável. Estes poupadores mantêm em suas carteiras renda fixa e também aplicam um pouco em ações e fundos de investimentos imobiliários. Outro produto condizente com este perfil são os fundos de investimentos multimercados.

Os investidores com perfil agressivo têm um grau de tolerância bom para renda variável, que pode compor a maior parte dos investimentos da sua carteira, incluindo até produtos derivativos para fazer proteção, hedge e mesmo para especulação. Perceba que os produtos que compõem sua carteira apresentam grau de risco e volatilidade relevantes, com potencial de retornos altos a longo prazo.

Os investidores devem fazer investimentos adequados ao seu perfil. Se o investidor não é tolerante a risco, pode ver o valor investido estar abaixo do que ele aportou e isto pode gerar um desconforto tão grande que o levará a resgatar o investimento.

Esta conduta faz com que o investidor não aproveite todos os benefícios de produtos de longo prazo e que tem variação a mercado. No caso de ações, se a empresa investida apresentar gestão financeira eficiente, com geração de caixa robusta, ele tende a ter uma performance ao longo do tempo melhor do que vários produtos mais seguros.

  1. – O perfil do investidor com o tempo – Com o passar do tempo, o perfil do investidor pode se alterar. A alteração está atrelada ao nível de educação financeira e ao volume de recursos que ele conseguir angariar. É importante frisar que uma parte do recurso deve ser mantida em investimentos de curto prazo, respondendo às necessidades de liquidez mais imediata.

O volume financeiro equivalente a cerca de 5 a 10 meses das suas despesas mensais pode ser um bom parâmetro para manter em produtos de liquidez alta.
Após constituir esta reserva de liquidez mais imediata, é possível considerar a montagem de uma carteira de investimentos com um pouco mais de risco.

  1. – Diversifique os investimentos – É muito importante porque permite que, enquanto um ou alguns investimentos estiverem em baixa, outros aportes que tenham acumulado lucro possam ser resgatados em caso de emergência.

Um exemplo de diversificação: se o investidor compra dez empresas e uma ou duas quebram, ele ainda tem investimentos em outras oito ações distintas. O efeito da diversificação traz uma redução de risco importante para a carteira e cria esse efeito de compensação entre os investimentos.

  1. – Cuidado com a ansiedade e o estresse – A atividade de investimento é estressante e pode gerar muita ansiedade por conta de esperança de retorno em curto prazo. É preciso estar atendo à saúde emocional. A ansiedade e a pressa podem interferir negativamente. Elas podem induzir o investidor a se precipitarem na venda de um ativo que apresente queda de preço ou motivar a compra de um ativo que já tenha subido muito.

Investimento é uma jornada, não deve ser encarada como uma ação esporádica. Faça aportes mensais, se possível, em investimentos que você avalie periodicamente. O objetivo é sempre ter empresas e produtos bons no seu radar. Isto auxiliará a exponenciar a rapidez em que o capital é acumulado para a aposentadoria ou um projeto específico. – Fonte e outras informações: Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (www.fecap.br).