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Especialista dá 9 dicas para criar uma startup de sucesso

em Destaques
quinta-feira, 04 de novembro de 2021

Foi-se o tempo em que um empresário poderia se dar ao luxo de pensar em um produto, uma estratégia de vendas e divulgação, e, com calma, aperfeiçoar os pilares do seu negócio. As redes sociais, e a internet como um todo, colocaram fim nesses tempos e criaram um ambiente de negócios muito mais agressivo e que exige muito mais competência estratégica e conhecimento de um empreendedor.

O importante é sair na frente dos seus competidores antes que eles abocanhem a sua parcela de mercado. No entanto, tanta hostilidade não parece ser obstáculo para empreendedores de startups no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), o número de empresas com esse perfil teve um aumento de 207% entre 2015 e 2019, saltando de 4.151 para 12.727. Entre essas, pelo menos 20 já são consideradas unicórnios, com valor de pelo menos 1 bilhão de dólares.

O cenário, que pode parecer delicado, é também muito promissor. Em agosto, o Brasil se viu frente a um recorde de aportes e investimentos que somam mais de 3,5 bilhões de reais. Com esse contexto em vista, Gustavo Oliveira, Doutor em Políticas Públicas, Docente e Coordenador na Faculdade Santa Marcelina, lista algumas dicas para quem se interessa em mergulhar nesse mar bravo de oportunidades.

  1. – Plano de negócio – O começo de um bom planejamento está focado na estruturação de um bom plano de negócios, que permite que a ideia inicial se torne escalável e com potencial de crescimento. “Em tese, o modelo de negócios é quem irá delinear as diretrizes para conhecimento de mercado, investimento e concorrência”, explica o docente. O plano de negócio é uma ferramenta de gestão usada por empreendedores durante todo o ciclo de vida de uma empresa e de seu produto, com a premissa de alcançar os objetivos traçados por seus idealizadores.

“Para o empreendedor, o plano de negócio é uma bússola, um elemento norteador, pois dentre outras características, detalha o negócio, o setor de atuação, oferta de produtos e serviços, potencial de mercado e geração de valor, capital a ser investido inicialmente, retorno operacional e estimativa de custeio e faturamento mensal, além de despesas fixas e correntes” afirma Gustavo. “Complementam este cenário, o modelo societário e composição do capital aportado no negócio”.

  1. – Investimentos – Para dar o pontapé inicial na startup, o empreendedor irá precisar de capital. Para conseguir esse investimento, além do aporte por meio de patrimônio próprio, o empresário poderá contar com fundos de investimento, crowdfundings, rodadas de investimentos, projetos de pesquisa patrocinados, a incorporação em ambientes de aceleradoras e incubadoras, que constantemente atraem capital de investidores externos ao negócio, ou ainda o modelo mais clássico de investidores anjo, que assumem essas diversas funções listadas.

“Existem também sites especializados que negociam a compra total ou parcial do produto antes mesmo de entrar em produção. Este tem sido, no período da pandemia, um dos meios mais procurados e que impulsionaram o setor nos últimos 18 meses”, completa.

  1. – Ambiente online ou físico? – É verdade que o ambiente online oferece uma entrada no mercado mais segura e com maior controle de riscos, mas isso não necessariamente pode ser traduzido em resultados melhores e mais produtivos. “O ambiente online requer conhecer de forma minuciosa o mercado, público, concorrência e canais de marketing para contato. Sem eficiência nos canais de marketing, o investimento na presença digital torna-se arriscada e com grande possibilidade de gerar um prejuízo alto inicialmente”, alerta o professor.

No entanto, o mesmo vale para os investimentos nos espaços físicos, porque a forma de pensar, avaliar e comprar do consumidor mudou. “Isso é especialmente verdade em razão de vivermos num ambiente econômico instável e extremamente desfavorável aos microempreendedores e empresários de pequeno e médio porte”.

  1. – Marketing – E já que falamos em marketing, Gustavo Oliveira completa que a falta de investimento nesse setor pode tardar a chegada do sucesso do negócio, além de envolver muito mais riscos e perdas, não somente financeiras, mas também de tempo e estratégia. “Os profissionais de marketing são essenciais e podem apontar muitos e valiosos caminhos para conduzir o desenho de uma trajetória mais assertiva e com altas doses de criatividade. Há questões especificas que somente esses especialistas podem traduzir em resultados imediatos”.
  2. – Aprender com os erros – Os erros são uma ferramenta importante de aprendizado, de vontade de acertar e depositar mais energia e engajamento no projeto, desde que sejam corrigidos e replanejados rapidamente. No entanto, o especialista aponta que tudo em exagero pode ser prejudicial e que o melhor é aprender com os erros dos outros.

“A segurança está na observação de outros empreendedores, numa escuta atenta e qualificada, nos exemplos exitosos, mas todo erro gera um aprendizado, não somente no sentido de não fracassar novamente, mas de gerar uma oportunidade de melhoria”, explica.

  1. – Começar pelos nichos – A opção de criar um produto voltado às grandes massas ou aos nichos de mercado vai depender da estrutura que o empresário tem disponível e do investimento inicial do negócio. Porém, o professor Gustavo indica começar com uma parcela menor de mercado como uma estratégia de negócio.

“É sempre preferível prototipar, isto é, testar em ambientes com menor número de pessoas, com maior controle das variáveis externas, porque nesses nichos será possível enxergar se é possível gerar valor ao mercado e ainda definir fluxos e processos indispensáveis para alavancar a startup”.

  1. – O time certo – Para o sucesso de uma startup, é muito importante que o empresário tenha como aliado um time que entenda os processos e características desse tipo de empresa para que não haja desentendimento que possa atrapalhar o desenvolvimento do negócio.

“O time é formado por profissionais que tenham comportamentos não convencionais, baseados em inexistência de hierarquia delimitada, com perfil de senso crítico, autoconhecimento e, acima de tudo, empatia e rede de contatos. São profissionais de iniciativa de mudança e resolutividade, com exímio senso de urgência”, explica o docente.

  1. – O cliente certo – Para ter uma estratégia de vendas afinada, a empresa deve saber quem são seus clientes. Para isso, existem algumas boas práticas que podem ajudar, como o desenvolvimento da persona do negócio e estar em contato constante com os potenciais compradores.

“É necessário ter um diálogo constante com os clientes, ou seja, participar de eventos, debates, rodas de conversa, dentre outras ações de inserção, além de conhecer as dores, pontos fracos e necessidades deles”, afirma Gustavo.

Em uma fase inicial, um período de testes de produtos, com escuta ativa, pode ser uma ferramenta de avaliação dos clientes quanto à geração de melhorias e crescimento. “Neste início, mais que volume e velocidade, contam o crescimento escalável, com adesão aos propósitos da marca, as ideias e endosso de simpatizantes e consumidores satisfeitos, ainda que em fase embrionária”, completa.

  1. – Valor – O professor Oliveira conclui ressaltando a importância do valor que a marca deseja transmitir e aquele que vai ser percebido pelo cliente. “Há muitas marcas que pregam e usam um apelo popular, de afinidade com o coletivo e com a comunidade, mas, num primeiro contato, os valores não se sobressaem. A marca deve expressar paixão e verdade, traduzidos numa relação de proximidade e transparência com o cliente”, alerta.

O diferencial competitivo da marca está na forma como ela representa a expressão de satisfação do cliente, elevando sua condição a um patamar de exclusividade e pertença. “Marcas que não estão dispostas a se tornar flexíveis e compreender o cliente, em suas necessidades mais genuínas, e apenas lutam por preço como forma de garantir sua fidelização, estão fadadas ao fracasso e esquecimento. Há um valor dentre os mais percebidos que é a verdade contida na informação”.

“Um legado histórico de resultados longínquos não converte nem garante adesão a uma realidade contemporânea, longe de um diálogo aberto, franco e dedicado às causas das pessoas, do coletivo e movidas por um sentimento consistente de conquista das pessoas pela emoção e por sua contribuição no processo de construção da marca”. – Fonte e outras informações: (www.santamarcelina.org.br).