Camilo Rojas (*)
A inteligência artificial (IA) está se tornando cada vez mais sofisticada. Para organizações de todos os tamanhos, isso significa que podem usá-la com mais facilidade para ajudar a resolver problemas cruciais e complexos. No cenário desafiador do ano passado, a IA desempenhou um papel de destaque.
Os varejistas a usaram para agilizar remessas de pedidos, reimaginar suas lojas como centros de distribuição e garantir que os consumidores pudessem acessar os produtos, mesmo quando as compras nas lojas foram totalmente suspensas.
No setor de serviços, a implantação da IA cresceu para ajudar a manter as redes elétricas em funcionamento, gerenciando problemas como o risco com a vegetação ou ações preventivas diante de eventos climáticos adversos.
A IA também está nos ajudando a construir melhor, analisando e rastreando requisitos complexos de engenharia para equipamentos como aviões, respiradores e naves espaciais, usados em situações que não admitem falhas.
É precisamente quando a IA é combinada com outras tecnologias habilitadoras que começamos a ver alguns dos caminhos que se abrem para o que chamamos de Indústria 4.0. Quando combinada com a Internet das Coisas, a IA pode analisar dados dos sensores e prever falhas de ativos industriais, como equipamentos de fábrica, sistemas de ar-condicionado e linhas de montagem.
Pode também otimizar a programação da ordem de serviço de ativos, analisar riscos de falha e permitir que os gerentes priorizem os reparos com base em critérios diferentes. A inspeção visual está sendo usada para detectar defeitos de fabricação e ajudar a manter a segurança do trabalhador graças à análise de vídeo em tempo real.
Câmeras, balizas e sensores podem monitorar uma instalação 24 horas por dia, sete dias por semana. Com a ajuda da inteligência artificial que pode separar o sinal do ruído, as organizações podem garantir que informações valiosas não sejam perdidas e começar a automatizar partes cada vez mais complexas de seus processos de manufatura e produção.
Esses componentes básicos da Indústria 4.0 já estão maduros e prontos para serem implantados nas empresas se forem acompanhados do investimento necessário em infraestrutura digital para sustentá-los.
- Abrindo caminho para a Indústria 4.0 com nuvem híbrida – As tecnologias de IA e IoT são dois dos pilares fundamentais da automação industrial em grande escala, o que chamamos de Indústria 4.0. No entanto, escalar qualquer uma dessas aplicações também representa novos desafios que exigem um terceiro componente: a nuvem híbrida.
Vamos pensar no número de fontes de dados que podem estar em um único chão de fábrica, desde sensores de calor e de ocupação até câmeras que gravam dados visuais e monitoram a segurança do local de trabalho. Se extrapolamos isso para uma organização maior com várias instalações diferentes, talvez até tipos diferentes de instalações, a quantidade de dados a serem processados aumenta exponencialmente.
Os modelos de IA necessários para classificar todos os dados tornam-se muito mais complexos. E talvez o mais importante é que o tempo passa a ser uma variável fundamental: um modelo capaz de indicar somente depois de um mês que houve uma aglomeração de funcionários em um determinado corredor não é particularmente útil.
Para tirar proveito dos insights preditivos, deve haver a capacidade de agir com base nesses insights imediatamente, o que significa ser capaz de realizar cálculos na borda, onde esses insights são coletados.
Esses três componentes, a capacidade de coletar e armazenar grandes e variáveis quantidades de dados, a capacidade de executar modelos ou outro software nesses dados e a capacidade de fazer isso em qualquer lugar que quiser exigem uma pegada de infraestrutura que se estende da borda ao centro de dados e a nuvem.
Para ser eficiente, é necessário um plano de gerenciamento perfeito em toda a infraestrutura. A nuvem híbrida facilita isso com uma plataforma comum baseada em contêiner que pode ser executada em todos os locais de infraestrutura. Oferece a capacidade de escalonar automaticamente com base em suas cargas de trabalho. E oferece a flexibilidade de executar sua plataforma em qualquer nuvem, pública, privada ou na borda.
Em um contexto de Indústria 4.0, a nuvem híbrida é o que conecta os pontos. Ela disponibiliza os dados, a inteligência artificial, as ferramentas e o software dos quais seus funcionários precisam, onde eles precisam.
E quanto mais fácil é a tarefa para as pessoas, mais tempo, atenção e capacidade podem dedicar à resolução de problemas mais interessantes, complexos e caros.
(*) – É responsável pelas plataformas Information Architecture& Cloud Pak for Data na IBM América Latina.