O Brasil está entre os países que mais empreendem no mundo. O número de brasileiros com negócios com mais de 3,5 anos cresceu em 2021 e o país passou a ocupar a sétima posição no ranking global, segundo o relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM) do referido ano. São 14 milhões de empreendedores estabelecidos no total. As startups cumprem um importante papel nesse ecossistema, trazendo a inovação para as mais diversas áreas.
Contudo, algo tem engessado o crescimento dessas iniciativas no Brasil. Trata-se da escassez de informações e orientações sobre como conduzir esses empreendimentos, que apresentam diversos obstáculos e particularidades inerentes ao modelo de negócio. Para contornar os desafios, surgem cada vez mais projetos de educação empreendedora no país, muitos deles com foco nas startups, de modo a garantir o desenvolvimento desses novos negócios e impulsionar soluções inovadoras para resolver dores de diferentes segmentos do mercado.
Muitas empresas iniciam a operação, mas, na prática, não são bem-sucedidas. De acordo com uma pesquisa da iugu, companhia de automação financeira, as startups conseguem deslanchar somente depois de 11 meses, em média. O estudo Causas da Mortalidade de Startups Brasileiras, da Fundação Dom Cabral, também mostra que pelo menos 25% delas “quebram” no primeiro ano de atividade.
Por isso, os empreendedores devem se preparar para lidar com os desafios nos primeiros passos do negócio. A falta de capital é um dos maiores gargalos para as empresas, bem como a escassez de orientações e de conhecimento a respeito da área de atuação. Esse cenário reforça a importância de programas de educação empreendedora voltados para as startups.
As iniciativas incluem atividades como capacitações, mentorias e oficinas. O intuito é promover avanços e auxiliar os novos negócios para que superem os estágios iniciais e conquistem sustentabilidade em longo prazo. Quando se trata de startups, muitas vezes as pessoas começam e desistem no meio do caminho. Ou seja, não esperam o tempo necessário para a fase de maturação, devido às dificuldades já mencionadas.
A educação empreendedora ajuda a reconhecer os obstáculos previamente e planejar estratégias para evitar os contratempos. O profissional do futuro não é só aquele que tem o conhecimento, mas também a pessoa que conta com know-how, isto é, que sabe colocar a mão na massa e tirar os projetos do papel com êxito. O empreendedor precisa ser especialista na sua área, não somente em termos de teoria, como também de conhecimento prático.
Nesse sentido, a educação empreendedora é fundamental, a exemplo do trabalho do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que oferece consultorias, conteúdos e materiais de qualidade gratuitos à população.
(Fonte: Fabiano Nagamatsu, CEO da Osten Moove).