Desde o início da pandemia, em março, muitas famílias tiveram diminuição da renda, seja por terem perdido o emprego ou por ter sofrido redução salarial. E com o fim do isolamento e a reabertura de comércios e locais de entretenimento em geral, os pais se encontram em uma equação por vezes difícil de resolver: os filhos querem se divertir na rua, mas as atrações continuam custando caro (algumas, inclusive, estão mais caras que antes da pandemia).
Para a especialista em entretenimento infantil Grasiela Camargo (*), essa realidade deve permanecer em 2021, e os pais e responsáveis precisaram encontrar formas de entreter os filhos com segurança e dentro do orçamento familiar atual. “Poucos produtos e serviços não aumentaram os preços no último ano. E o maior problema disso é que os salários não tiveram os mesmos reajustes.
E para piorar a situação, as crianças não aguentam mais ficar trancadas o tempo inteiro, ainda que as maiores enxerguem a importância do isolamento. Sair de casa, de forma protegida e segura, é claro, se tornou uma questão de saúde. Então, se trancar em casa já não é mais uma opção. A boa notícia é que há maneiras de entreter os filhos sem gastar muito”, explica.
A seguir, Grasiela pontua 10 dicas para economizar com as crianças, dentro ou fora de casa.
1 – Quanto você pode gastar? – Se resolver sair com os filhos, é preciso, antes de tudo, definir quanto você pretende gastar com as atividades que organizou. Quantas crianças vão sair? É possível levar um lanchinho de casa? Se não for possível, até quanto podem gastar? E o estacionamento ou transporte para o local? Defina uma média de valor geral, incluindo tudo – passeio, atividade que pretendem fazer , alimentação etc.
2 – Desejo das crianças – Converse com as crianças e peça para definirem quais seriam as atividades que gostariam de fazer fora de casa. Assim, você terá mais possibilidades para escolher o local de acordo com o seu orçamento, e alternativas caso vã sugerir algo “fora da lista”. Vale também explicar para as crianças sobre as condições financeiras da família durante a conversa e tentar, junto com ela, incluir na lista locais que estejam de acordo com seu orçamento.
Mas se você não tiver como conversar com a criança, se ela for muito pequena, procure parques ao ar livre em que você poderá levar os brinquedos dela, levar um lanchinho, e não gastar com nada externo além do transporte e entrada do local (se não for gratuito).
3 – Pesquisa de preços – Atualmente, muitas opções para sair estão com promoções. Pesquisa em sites de descontos e veja se onde seu filho quer ir não tem desconto por algum desses locais.
4 – Organize o passeio – Tente fazer uma agenda com os locais que as crianças querem ir e distribua de acordo com os dias que puder levar e com orçamentos separados e voltados para cada atração (lembre-se da dica 1). Todas as famílias estão – ou deveriam estar – tentando encontrar locais seguros para levar seus filhos.
Então, provavelmente, aquele lugar super famoso ou outro que esteja sendo muito divulgado estarão mais cheios em alguns dias, como sábados e domingos. Se você tiver tempo para sair durante a semana, de repente, se organizando, consegue proporcionar às crianças uma excelente atividade e sem nenhum risco de aglomeração.
5 – Custos adicionais – É importante lembrar que, mesmo com tudo muito organizado, as vezes surgem gastos extras. Então, tenha sempre em mente não sair apenas com o valor fechado. Leve um valor a mais, caso precise.
6 – Pagamento – Alguns locais dão descontos para pagamentos em dinheiro, outros para grupos acima de um determinado número de pessoas. Fique de olho!
7 – Não vá a locais que não respeitem os protocolos sobre a Covid-19 – Apesar de muitos estarem animados com a reabertura dos locais, os protocolos de segurança precisam ser mantidos e respeitados. Viu aglomeração? Não vá. As pessoas não estão usando máscaras? Evite ficar perto. Não há profissionais para estabelecerem a ordem? Evite ir para não se aborrecer. Alguns países da Europa, como Portugal, já estão passando pela segunda onda. Portanto, apesar das restrições terem diminuído, ainda estamos em período de pandemia.
8 – Atrações criativas – Que tal pensar em algo para trazer a programação para casa? Por exemplo, mesmo com a reabertura de cinemas, nem todos estão sentindo tranquilidade e confiança para ir assistir a um filme. Que tal fazer uma sessão com pipoca, luz apagada e um filme em plataformas de streaming?
Tem diversas opções para crianças, como o Clubinho Play, que é voltado apenas para o público infantil, mas também há opções muito legais para crianças no Netflix, Amazon Prime, GloboPlay, entre outras. Outro programa legal é fazer em casa uma espécie de acampamento. Mesmo que não tenha uma barraca, alinhe cadeiras, coloque um lençol por cima, acenda lanternas e crie uma atmosfera parecida com um acampamento. Se morar em casa ou tiver varanda no apartamento, melhor ainda.
9 – Diversão é sempre um grande presente – Para as famílias que não estiverem passando por um momento financeiro tranquilo, que tal propor às crianças um programa divertido, mesmo em casa, para comemorar o aniversário ou uma outra data importante?
Aquelas festas online, com a família e amigos, continuam valendo. Chame a criança para participar da arrumação, da escolha do cardápio, de quem vai “convidar”. Mostre que isso não vai acontecer sempre, mas que, por enquanto, é uma excelente oportunidade de todos se divertirem, estarem juntos (mesmo que por uma tela) e confraternizar.
10 – DIY – Muitas pessoas têm habilidades para criar brinquedos manualmente e hoje em dia há diversas opções de “faça você mesmo” no Youtube. Então, se chegar o aniversário de alguém que queiram presentear, que tal propor ao seu filho que façam vocês esse presente juntos? Esses presentes não comprados, feitos pelas próprias pessoas, inclusive, são os que geralmente são guardados por gerações, pois têm um enorme valor sentimental.
(*) – É sócia do Clubinho de Ofertas (clubinhodeofertas.com.br).