Apesar das dificuldades na retomada do crescimento, o ano de 2016 tem potencial de recuperação, disse o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Segundo ele, o governo está na direção certa, e o país mostrou, em outras ocasiões, capacidade rápida de recuperação e de lidar com problemas estruturais e políticos. Ele deu as declarações em teleconferência com investidores do Banco Brasil Plural na última quinta-feira (3), mas o áudio, só foi divulgado na sexta (4) pela assessoria do Ministério da Fazenda.
Para Levy, grande parte da oscilação do câmbio neste ano decorre das incertezas de curto prazo, muitas delas políticas. Segundo ele, somente o enfrentamento dessas incertezas dará mais confiança ao investidor estrangeiro. Sem entrar em detalhes, o ministro disse que as investigações de escândalos de corrupção, apesar de provocarem impacto no curto prazo, trazem benefícios para o país mais à frente. “Acredito que estamos deixando o país ainda mais atrativo aos investimentos no médio prazo. No curto prazo vamos focar nos problemas que temos agora e sairemos disso melhor do que antes”, destacou o ministro.
Levy pediu que os investidores pensem de forma mais estrutural e ressaltou que o governo está tomando medidas para melhorar a competitividade, o ambiente regulatório e dar mais segurança aos investidores, como a reforma do ICMS e do PIS e da Cofins. Ao falar sobre como o governo conseguirá manter os gastos com educação em meio à crise econômica, disse que o governo está alcançando um fluxo sustentável de pagamentos de programas como o Fies. Segundo ele, o governo está empenhado em atrelar a concessão de bolsas a índices de qualidade e verificar se o dinheiro está sendo gasto com eficiência.
“Estamos convergindo para um fluxo sustentável, mas tem que ser sério em como esse dinheiro é gasto. Continuamos focados em índices de qualidade tanto dos estudantes quanto das instituições”, disse Levy. “Esse é o tipo de programa que você tem de checar todo o tempo o que você está atingindo com o gasto público? Essa é cada vez mais a estratégia do governo brasileiro”, acrescentou (ABr).