Beatriz Domingues (*)
Digitalização. Essa pode ser considerada a palavra da vez, tendo em vista a atual era da transformação digital que temos vivido dia após a dia, e que tem impulsionado as organizações, cada vez mais, a investirem em recursos que apoiem na gestão do negócio.
Dentre tantas opções favoráveis a essa missão, o ERP (Enterprise Resource Planning), sem dúvidas, é a melhor. No entanto, antes da sua adoção, é necessário realizar ações importantes. Embora alguns possam achar que esse movimento do mercado se trata de uma novidade, na prática, ele já começou há anos.
Isso é, o boom da digitalização ocorreu durante a pandemia, uma vez que, com as medidas restritivas, as organizações compreenderam a necessidade de investir em recursos que garantissem o fluxo operacional.
Como exemplo do resultado desse investimento, hoje, anos após o fim da crise sanitária, de acordo com a pesquisa realizada pela Opinion Box em parceria com a Ploomes, 68% das empresas B2B no Brasil se tornaram mais digitais e, desse número, 61% se consideram com alto ou muito alto nível de maturidade digital, o que sinaliza uma mudança significativa no cenário empresarial do país.
Não há como negar o avanço que as empresas obtiveram nos últimos anos, utilizando ferramentas que apoiam nas operações no dia a dia. Entretanto, uma vez superado esse obstáculo, uma outra dor vem tomando conta do empresariado: como saber onde implementar, estrategicamente, tudo o que foi adquirido?
Até porque, mais do que adquirir uma ferramenta é necessário, antes, realizar o mapeamento a fim de conhecer a fundo os processos, identificar gargalos para localizar as dores do negócio e identificar quais são os pontos de dificuldade, sejam áreas ou processos que precisam ser solucionados. É, justamente, a falta desse diagnóstico que têm levado diversas empresas a dúvidas e incertezas quanto a adoção de um ERP, visto que não atingem resultados satisfatórios.
É importante destacar que mesmo um ERP tendo embarcado as melhores práticas do mercado, dificilmente, irá ter uma boa execução sem que haja um alinhamento prévio que auxilie na identificação e obtenção de métricas que contribuam para a melhor visualização e gestão da empresa.
Desta forma, antes de aderir ou migrar de um software de gestão, é essencial ter estabelecido quatro pilares fundamentais: visão, valores, riscos e adoção de melhores práticas. A partir desse alinhamento, torna-se possível eliminar incertezas e gargalos que prejudicam o bom desempenho do ERP.
Certamente, esse não é um caminho fácil, considerando o fato de que se trata de uma abordagem a qual envolve diversas áreas, tornando necessário revisitar processos e realizar adequações sistêmicas que permitam o bom funcionamento do software. Quanto a isso, contar com o apoio de uma consultoria especializada nessa abordagem é uma excelente estratégia.
Afinal, o time de especialistas, ao fazer uma análise adequada do negócio, irá identificar se a empresa está preparada ou não para um sistema de gestão, bem como executar pré-serviços que antecipem a jornada, guiando para tomadas de decisões efetivas. Esse processo pré implementação é crucial para ajudar a empresa a trilhar um caminho rumo à inovação e eficiência, tendo atribuídas as melhores práticas atreladas ao uso de um sistema robusto.
Além disso, a organização, além de acompanhar o movimento de transformação digital, também pode expandir o investimento em projetos Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), e obter incentivos fiscais através da Lei do Bem (Lei nº 11.196/2005).
Tendo em vista o avanço da tecnologia com a Inteligência Artificial (IA) e a chegada de novas tendências, cresce a necessidade de as organizações investirem em estratégias que venham ao encontro do propósito do negócio, e que favoreçam no ganho de competitividade.
Para isso, é crucial que as empresas, desde já, aprimorem suas técnicas, bem como alinhem sua gestão de modo que se complementem ao uso do ERP.
Afinal, mais do que um facilitador, a tecnologia deve ser vista com um elemento estimulante, que abra espaço para a conquista de novos resultados. Sendo assim, se a empresa está estagnada, mesmo utilizando ferramentas, é hora de analisar esse cenário e encontrar os diferenciais.
Até porque, mais do garantir uma boa posição na competição, é preciso assegurar a sobrevivência das operações.
(*) – É gerente de produtos e alianças da G2 (https://g2tecnologia.com.br/).