Durante o período de pandemia, ficou ainda mais evidente a importância de trabalhar a adaptabilidade, desenvolvimento da confiança e de uma liderança com uma comunicação assertiva. Isso se torna ainda mais importante em um período em que o trabalho home office deixou de ser algo opcional, como aconteceu durante a pandemia.
Para se ter uma ideia, de acordo com um levantamento feito pelo portal VAGAS.com, o número de vagas ofertadas em regime de trabalho flexível aumentou 309% em 2020. Números como estes mostram a importância das empresas adquirirem uma comunicação cada vez mais assertiva. Um dos pontos chaves quando se fala do desenvolvimento da liderança é a continuidade e agilidade, capacidade de acelerar a formação e o desenvolvimento da liderança.
“Nas empresas, trabalhamos com a premissa que para formar um sucessor, precisasse de 3 a 5 anos. Uma questão chave nesse processo é o desenvolvimento da continuidade, e como fazer isso de uma forma cada vez mais dinâmica, colaborativa e digital. É muito comum as empresas investirem em campanhas de treinamento, mas acabam sendo ações mais pontuais, então o grande desafio é como fazer isso estar presente na agenda e no dia a dia de todos na organização”, explica Paula Lima, sócia da Kienbaum Consultoria.
Para mudar essa situação, é importante trabalhar o auto desenvolvimento em todos os níveis de liderança dentro de uma organização. Dessa forma, aumenta-se o grau de consciência sobre a importância de dedicar tempo e energia para quem está ao seu redor. “Todos nós temos pontos fortes e oportunidades de desenvolvimento. Muitas vezes as oportunidades de desenvolvimento de um líder vão ficar mais claras a partir de feedback conscientes e maduros, autênticos da sua equipe.
No momento que tivermos consciência que, para desenvolver o negócio, as pessoas precisam estar se desenvolvendo, os negócios vão para um outro patamar”, entende. O período de pandemia não foi fácil para as empresas, mas existem alguns ensinamentos que podem ser retirados deste momento. “Nós começamos a entender a importância da comunicação assertiva e autêntica. Mesmo no ambiente digital, é importante cuidar do equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Pessoas que têm maior equilíbrio, uma capacidade de foco e relaxamento, conseguiram desenvolver bem, até com alta produtividade dentro desses ambientes. Outro ponto positivo foi o desenvolvimento da confiança. O foco se deslocou do controle para um foco no resultado, dando autonomia ou confiando nas pessoas. A pandemia materializou o que nós chamamos de novo trabalho”, complementa Paula.
De acordo com o sócio da Kienbaum Consultoria, Frederico Madureira, para identificar uma boa liderança é importante entender a diferença entre líderes e gestores. “O Gestor é aquele que vai executar várias tarefas, com métodos e prazo bem estabelecido. O líder tem um papel diferente, ele vai extrair ao máximo o maior potencial, a partir daquelas pessoas que estão envolvidas com ele no trabalho.
Uma outra forma de identificar essa diferença é pensar que o gestor é aquele que está pronto para lidar com o ambiente complicado, mas controlado. Já o líder precisa saber lidar com um ambiente de maior complexibilidade, onde não se tem respostas, têm menos controle sobre a situação e, com isso, vai ser mais surpreendido”, explica. Para desenvolver este olhar de liderança e transformação, seguem algumas dicas:
- Conheça a possibilidade de criar um negócio disruptivo desenvolvendo a liderança – Dessa forma, é possível desenvolver a visão estratégica da liderança em um processo de planejamento estratégico, envolvendo um número maior de pessoas e aproveitando para abrir a cabeça da liderança, para que eles consigam pensar o futuro daquela organização antes de partir para execução.
“É preciso ampliar o espaço da divulgação da estratégia e criar um espaço para ouvir outros níveis de liderança. Quando isso é feito, reduz muito o que encontra de resistência à mudança, já que as pessoas participam das discussões, entendem as possibilidades de futuro e passam a enxergar valor nas novas mudanças, se adaptando mais rapidamente aos novos contextos”, acredita Frederico.
- Analise pontos como estratégia, cultura e pessoas – Na transformação dos negócios, existem alguns pontos específicos que precisam ser analisados. Em um processo mais tradicional, esse processo seria feito pela estratégia, passando pela estrutura e as pessoas sendo colocadas nesses processos. Mas tem uma outra forma de fazer isso, em um tipo de transformação que parta das pessoas.
“Na formulação da estratégia, envolvemos o maior número de pessoas para que elas compreendam o futuro do setor e possam dar opiniões diferentes que possam ser incorporadas. Com essa discussão, fica mais claro o que precisa mudar ou ser reforçado. Nesse modelo mais inovador e mais aberto, enxergamos um processo mais interativo em que as pessoas participam desde o início, já na estratégia”, completa Frederico.
- Olhe para o lado digital das empresas – Para se ter ideia, uma pesquisa realizada pela Samba Digital, unidade de negócios digitais da Sambatech, que ouviu mais de 100 líderes de tecnologia de pequenos, médios e grandes negócios, aponta que 62,5% das empresas brasileiras pretendem usar entre 10% e 30% do seu faturamento em transformação digital em 2021. Em qualquer realidade de negócios, é importante pensar na transformação digital dos negócios, que coloca a tecnologia como habilitadora da estratégia de crescimento, de eficiência, produtividade.
“A transformação digital deve ser muito bem planejada para que cada organização consiga extrair dessa jornada a maior capacidade de geração de valor para o negócio. As organizações precisam se antecipar para que provoquem a auto-ruptura ao invés de serem vítimas da disrupção.
Essa será a diferença, em pouco tempo, entre a sobrevivência e a falência das organizações. Há uma importante mudança de cultura e de mindset por traz disso tudo, é preciso preparar as pessoas e os líderes para essa jornada”, conclui o também sócio da Kienbaum, Fábio Fick. – Fonte e outras informações: (www.kienbaum.com.br).