Relatório da Consultoria Challenger, Gray & Christmas, divulgado no início deste ano, indicou um aumento de 649% no número de demissões de funcionários das Big Techs na comparação entre 2021 e 2022. Tendência que terá continuação em 2023.
Somente no início deste ano mais de 67 mil empregos no setor de tecnologia foram extintos, com base em dados divulgados pela Bloomberg. Incluindo demissões ocorridas em empresas como a Dell, Zoom e Salesforce.
E não deve parar por aí. O enxugamento no quadro de talentos das empresas deve continuar e, de acordo com estimativa de Wagner Moraes, CEO da A&S Partners por dois anos, aproximadamente. “Até que mercados se reestabeleçam e elas consigam se posicionar novamente diante de todas as incertezas”, afirma.
Na análise de Moraes, com um cenário de forte retração econômica mundial, diante das instabilidades dos mercados e o, consequente, movimento de “Fly to Quality”, 2022 foi um período muito difícil para o mercado de tecnologia, com tendência de se aprofundar ainda mais ao longo de 2023.
“Depois de um grande progresso durante a pandemia, as big techs tiveram que reduzir custos e, assim, diminuir a mão de obra, que é um dos principais componentes de custos e rentabilidade das empresas”.
Ao longo do último ano, gigantes como Microsoft, Twitter, Meta, Tesla e Amazon noticiaram demissões em massa ou congelamento de novas contratações. A Meta, empresa dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, demitiu mais de 11 mil colaboradores, o que representa cerca de 13% da sua equipe de trabalhadores, já que a empresa possuía 87.314 funcionários no final de setembro do ano passado.
Além desse forte movimento de “Fly to Quality”, a instabilidade dos mercados, o que era previsto, a situação econômica global, principalmente nos Estados Unidos, a guerra na Ucrânia, a Web3 surgindo com força e empresas baseadas em blockchain batendo de frente com as grandes empresas do setor, também são fatores adicionais para as Big Techs reverem seus conceitos e posicionamentos, além de reformularem as suas estruturas.
A demissão e redução de pessoal é mera consequência de tudo isso. Moraes ressalta que o posicionamento das Big Techs possui grande relevância no mercado, dado ao seu peso e participação. Das 10 maiores empresas do mundo, 70% estão relacionadas diretamente a tecnologia.
“O Valuation das Techs tem uma participação relevante na canalização dos investimentos e influência nos mercados. Portanto, as volatilidades nos mercados tendem a continuar e as Big Techs deverão sofrer mais um pouco ainda com o redirecionamento dos investimentos”. Outro ponto destacado pelo CEO da A&S é a ampliação e o uso massivo da Inteligência Artificial.
“A tecnologia avançada e o uso massivo da IA tendem a se intensificarem muito mais ainda, de forma rápida, ampliando a sua participação e relevância, cada vez mais, no meio corporativo. Já são divisores de água e estão trazendo novos padrões comportamentais e oportunidades para ganhos de eficiência em diversas áreas.
Muitas empresas Tech´s já estão reformulando os seus processos baseados em IA e a troca de pessoal será consequência disso. Esse movimento é inexorável e relativamente natural quando enxergamos sob a ótica de produtividade e eficiência para as empresas. Aquele velho lema de “fazer mais com menos” ainda continua valendo para o mercado”, diz. – Fonte e mais informações: (https://aespartners.com.br/).