O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, criticou ontem (16) o que considera como manobras para influenciar na escolha, a ser feita hoje (17), do novo líder do PMDB.
A disputa ocorre entre o atual líder, deputado Leonardo Picciani (RJ), e o deputado Hugo Motta (PB). Picciani tem o apoio do Palácio do Planalto e Motta é aliado de Cunha.
Repórteres perguntaram a Cunha, no Salão Verde, se a substituição de integrantes do Conselho de Ética seria uma manobra para beneficiá-lo no colegiado, onde responde a processo disciplinar. “Manobra é o que está sendo feito na tratativa da liderança do PMDB. Estão nomeando provisoriamente deputados de outros partidos como secretários estaduais para crescer artificialmente a bancada do PMDB; isso é que é manobra”, respondeu o presidente.
Segundo ele, dois secretários do governo do Rio de Janeiro – Pedro Paulo Teixeira e Marco Antônio Cabral – deixaram os cargos na administração estadual para reassumirem temporariamente os mandatos de deputados e votarem em Picciani. Além disso, dois atuais deputados de outros partidos (PSD e PTB) da bancada fluminense estão sendo nomeados secretários estaduais “por 48 horas” só para abrirem vagas na Câmara aos suplentes, que são do PMDB e votarão em Picciani.
Cunha também criticou o provável afastamento de Marcelo Castro (PMDB-PI) do Ministério da Saúde; segundo notícias publicadas pela imprensa, Castro reassumiria o mandato de deputado por um dia também pra votar em Picciani. “Ele é dono do mandato; só considero estranho que isso aconteça no momento em que o ministério precisa combater o mosquito da dengue”, lembrou o presidente (Ag.Câmara).