O ministro do STF, Luís Roberto Barroso, defendeu ontem (19), a conclusão das investigações dos casos de corrupção do País antes de “virarmos a página”.
“Se virarmos a página antes de fatos relevantes terem sido concluídos, analisados, não nos beneficiaremos das lições que a história pode nos trazer”, afirmou em palestra na 8.ª Conseguro, feira do setor de seguros promovida pela CNseg, no Rio.
Hoje, 20, o plenário do STF decide se acata recurso da defesa do presidente Michel Temer que pede suspensão da análise da segunda denúncia contra o peemedebista, até que novos áudios de delatores do grupo J&F juntados aos autos sejam totalmente analisados. A denúncia contra Temer chegou ao STF na quinta-feira (14), mas o relator, ministro Edson Fachin, já havia decidido que o plenário deve dar a última palavra.
O ministro do STF destacou que a corrupção que houve no Brasil não foi fruto de alguns equívocos pessoais e envolveu diversas esferas da sociedade, como a iniciativa privada e partidos políticos, se tornando um fenômeno que se irradiou a ponto de ser naturalizado. “Foi um pacto oligárquico de saque ao Estado, que envolveu a iniciativa privada”, disse Barroso.
Apesar da gravidade do quadro, Barroso afirmou não ter se deixado contaminar pela onda de negatividade que atingiu o País. “Derrotamos a ditadura, a inflação, a pobreza extrema. Não há por que achar que a corrupção seja um desafio que não possamos vencer. A fotografia do momento brasileiro pode não ser particularmente inspiradora, mas gostaria de dizer que o filme é um filme bom. E se nós acertamos o passo vai ter um final feliz”, afirmou (AE).