Maria Gabriela Ortiz (*)
Não dá para negar o impacto que a pandemia causou no varejo, um setor que já estava em plena transformação digital e sofreu ainda mais aceleração com a Covid-19. Tanto as lojas físicas quanto as virtuais mudaram nos últimos dois anos. O investimento em tecnologia feito pelo setor varejista é o maior entre as categorias pesquisadas pela plataforma de inteligência Cortex.
O estudo recém-lançado identificou que os varejistas reconhecem a necessidade de aproveitar os recursos tecnológicos para atender seus consumidores, seja para estar mais próximo deles em apps, sites ou redes sociais, oferecer mais segurança durante a experiência de compra, facilitar o pagamento, entre outros.
O varejo tradicional está se transformando, migrando rumo ao varejo inteligente e digital — um caminho sem volta, que proporciona mais flexibilidade, agilidade, personalização e integração para os negócios. Sua aplicação nas empresas se dá das seguintes formas:
- Cloud computing – Os investimentos em nuvem são dos mais importantes a serem feitos. Ao manter seus servidores na nuvem, o varejo terá um sistema rápido, seguro e expansível para atender sua clientela.
A possibilidade de construir uma plataforma que suporta um alto volume de acessos, sem prejuízo para as operações caso a matriz fique paralisada, com segurança contra ataques e sem a necessidade de provisionar recursos adicionais gera valor para o setor. No entanto, para obter sucesso, é obrigatório contar com parceiros especializados e provedores que ofereçam um bom serviço.
- Análise de dados – Quando as lojas lançam mão de uma boa infraestrutura de cloud, uma correlação obtida é o aumento da taxa de conversão. Isso se dá devido à melhor integração de dados que a nuvem proporciona.
Com uma visão holística do cliente, vendedores, mecanismos de buscas, redes sociais, newsletters, apps e outros canais de vendas podem oferecer opções de produtos e serviços personalizadas ao cliente. As recomendações assertivas aumentam as chances de consolidar a venda.
- Estratégia omnichannel – O consumidor espera ter uma experiência de compras integrada — ainda mais após a pandemia. Ele deseja poder comprar tanto na loja física quanto na online, receber o mesmo tratamento em ambos os espaços e, se quiser, iniciar o processo de compra em um ambiente e finalizar em outro.
Este modelo integrado de canais auxilia o varejista a transformar sua relação com o cliente, pois a imagem da marca ganha força dada a padronização dos canais, que por sua vez gera uma sensação de confiança e aprimora a experiência.
- Inteligência Artificial – Tecnologia adequada para compreender o comportamento dos consumidores, a inteligência artificial (ou IA, do inglês Artificial Intelligence) pode ajudar a ofertar os produtos corretos com base nas preferências e no histórico do cliente.
O uso da IA vai além. Ela também pode ser aplicada a chatbots, robôs que automatizam o atendimento no chat ou no telefone e que sugerem itens complementares, entre outras funções. A IA pode ser usada, ainda, para uma melhor gestão de estoque, com o objetivo de enxugá-lo a partir da análise de dados feita por robôs.
- Monitoramento inteligente – O monitoramento está bastante associado à segurança, uma vez que é capaz de realizar a prevenção contra perdas e evitar irregularidades internas, seja na loja física ou nas operações de estoque e/ou logísticas. A tecnologia possui outra função menos óbvia: melhorar o atendimento ao cliente.
A partir da observação do padrão de compra do consumidor, como horário de pico, corredores mais movimentados, prateleiras mais acessadas, produtos mais notados, entre outras informações, é possível realizar mudanças no layout e design do ponto de venda, tornando o ambiente mais agradável para o cliente.
- Gestão financeira – A análise, planejamento e controle das atividades financeiras são parte integrante do varejo inteligente. Nesse sentido, a adoção de um sistema de gestão financeira capaz de facilitar esse trabalho com automação é um investimento acertado para as empresas.
Esse tipo de sistema vai proporcionar ao varejista um melhor conhecimento da realidade do negócio, dando segurança para realizar compras ou fazer novos investimentos, prever seus lucros e precificar corretamente produtos e serviços.
Além disso, o uso de um sistema de gestão financeira evita equívocos comumente cometidos pelos gestores do varejo, que podem prejudicar a saúde financeira da empresa.
- Pesquisa de satisfação – Embora não se trate de uma novidade, as pesquisas de satisfação ainda são muito importantes para entender a real percepção do consumidor sobre a marca. A novidade é que, no varejo inteligente, as pesquisas também estão cada vez mais inteligentes. Agora, elas são apresentadas em formatos como totens, tablets, e-mails ou mensagens em push.
Outra mudança é que os dados coletados são usados estrategicamente pelos varejistas para melhorar seus processos e sair em disparada na frente da concorrência. O varejo inteligente já está bem inserido no dia a dia do consumidor e, daqui a algum tempo, substituirá completamente a forma tradicional de vender e comprar. Apostar na inteligência agora é a única forma de recuperar o atraso e manter-se relevante na disputa.
(*) – Formada em jornalismo pela Anhembi Morumbi e há 5 anos atuando na área de link building.