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Como o coronavírus afeta as finanças dos empreendedores

em Destaques
terça-feira, 24 de março de 2020

Ariane Marta (*)

Desde o início do mês as pessoas e a imprensa estão com os holofotes todos voltados para um único assunto: o novo coronavírus – COVID-19. A pandemia tem causado medo na população, com notícias sobre o crescimento rápido de infectados e mortes. Além do medo de se contaminar, existe uma outra preocupação no ar: a situação financeira das empresas. Para se ter uma ideia, o cenário tem levado o governo brasileiro a suspenderem eventos esportivos, aulas escolares, fechar restaurantes, causando um impacto negativo nas vendas dos comércio e, consequentemente, abalando a economia.

Além de afetar a economia de uma forma geral, a parte de receita também sofre, como comércio, produtos supérfluo, lojas em shopping. Os comerciantes e empreendedores precisam estar preparados para enfrentar esse obstáculo, apostando em uma reserva de caixa. Existe também a questão da cadeia de suprimento, do inglês Supply Chain, que é o gerenciamento de uma rede de negócios interligadas, ou seja, um comerciante para comercializar, por exemplo, depende de alguém que produz aquela determinada mercadoria – em que é preciso ver como está a cadeia dos fornecedores, se vão parar ou não, se estão com baixa produtividade.
É muito importante estudar tudo isso, porque a tendência é piorar nos próximos meses. Para aqueles que desejam apostar em um plano de investimento, agora eu considero um momento arriscado por conta da oscilação da economia. Aconselho realizar um planejamento seguro, pensando em uma aplicação de risco moderado, aproveitando as oportunidades do momento. E sim, elas existem.

Por exemplo: o governador do estado de São Paulo, João Dória, já liberou um crédito de R﹩ 225 milhões com juros reduzidos, para estimular e economia em tempos de coronavírus. Então, de repente é uma boa oportunidade para reavaliar um novo empréstimo, um capital de giro, pagar alguma dívida mais antiga. O governo também acabou de soltar algumas medidas como diferimento que nada mais é do que postergar o vencimento de alguns impostos como fundo de garantia, por exemplo, ou a parte federal do DAS.

É preciso estudar a fundo tudo isso para planejar o que deve ser feito: fluxo de caixa, projeção de caixa e de venda. Também não podemos deixar de pensar no prejuízo do funcionário que eventualmente pode ter que entrar em quarentena se aparecer algum dos sintomas do coronavírus, portanto o setor de rh precisa estar alinhado internamente, sempre pensando no bem-estar e proteção de todos.

Sugiro produzir um manual de boas práticas para conversar com a equipe e verificar se alguém da equipe possui algum sintoma. Além disso, o home office para os colaboradores é uma boa alternativa, mas é preciso aplicar uma comunicação eficaz, por meio de um diálogo claro. O gestor deve conversar com o seu time para determinar o que pode ser feito em cada caso, se será necessário fornecer computador ou internet – sempre com o intuito de diminuir o contato de pessoas na empresa e no transporte público.

Porém, sabemos que não é toda atividade que dá para fazer home office, como por exemplo uma indústria. Assim, algumas empresas estão tomando outras atitudes como mudar o horário de entrada e saída, alternar o horário do almoço, para as pessoas evitarem um pouco o horário de pico.

Já é possível perceber que o ano de 2020 se iniciou conturbado podendo afetar milhões de empreendedores no Brasil. Nesse momento, a prioridade é a saúde da população, seguindo as medidas do governo com segurança e responsabilidade. Em relação às finanças, se planeje, use o dinheiro guardado, esses dias difíceis vão passar.

(*) – É contadora e Diretora da Brascont Contabilidade.