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Como melhorar a eficiência operacional na logística?

em Destaques
quinta-feira, 11 de abril de 2024

André Nadjarian (*)

Empresas de todos os portes e segmentos que dependem de produzir e distribuir de forma eficiente seus produtos para se manterem competitivas, precisam buscar novas formas de otimizar sua cadeia de suprimentos e adotar práticas mais inteligentes para realizar sua logística nos diversos modais disponíveis.

Ter processos e sistemas integrados que unifiquem a visão empresarial da gestão dos fornecedores ao planejamento de produção e transporte, utilizando novas tecnologias como Inteligência Artificial, georreferência, IOT e Big Data, serão cada vez mais fatores de diferencial competitivo.

O setor de logística é cada vez mais relevante e já tem uma participação na economia brasileira que correspondeu a 13,3% do PIB em 2022, de acordo com dados do IBGE. Esse parece ser apenas o começo. Segundo a Transparency Market Research, o mercado de logística mundial deve atingir US$ 15.273 bilhões até 2027. No Brasil, pode crescer mais 50% até 2024, de acordo com o MCC-ENET.

Cabe destacar que este segmento foi impulsionado pela pandemia, já que as empresas precisaram se adaptar a uma realidade de crescimento exponencial do e-commerce.

Passado o período de crise sanitária, onde todos tiveram que se adaptar rapidamente e estruturar com muita ação e pouco planejamento, mais transpiração que inspiração, chegou a hora repensar, de inovar e de buscar olhar o que aproveitar do passado, mas projetar um novo futuro pensando realmente fora da caixa, ampliando a visão para o todo o planeta, esquecendo as fronteiras mais próximas.

Nesse sentido, a tecnologia desponta com uma aliada fundamental na garantia da eficiência e segurança operacional, fazendo surgir a chamada logística 4.0. Sendo a logística o core business da empresa ou representando grande fator diferencial para o negócio, o primeiro e essencial passo, apesar de erroneamente ainda parecer trivial para muitos executivos, ter um ERP de classe global e integrado é indispensável para um controle centralizado de cada etapa do processo.

Um sistema robusto, capaz de eliminar trabalhos operacionais repetitivos, que aprenda conforme os processos acontecem, que interligue mobilidade e automação minimizando erros de intervenção manuais para evitar redundâncias ou mesmo possíveis erros, e ainda disponibilize informações gerenciais em tempo real aglutinando grande quantidade de informações de forma confiável, é o fator que pode maximizar as oportunidades e preparar um futuro de menor risco e flexibilidade para as novas mudanças que podem e vão acontecer.

A Inteligência Artificial te despontado como uma tecnologia que não é mais promissora, mas uma realidade vital. Segundo um estudo da consultoria McKinsey, a aplicação de IA na logística pode gerar uma economia adicional de US$ 1,3 trilhão a US$ 2 trilhões por ano até 2030 em todo o mundo.

Entretando, ela deve estar alinha a outras soluções, como a Machine Learning, ou aprendizado de máquina, que pode ser usado na automatização de processos, especialmente na armazenagem dos centros de distribuição e otimização de utilização de modais logísticos.

Outra solução em alta é a Internet das Coisas – IoT, que conecta dispositivos para melhorar a eficiência, permitindo um fácil rastreamento de carga. Já o Big Data, que analisa grandes volumes de dados em tempo real, permite a identificação de padrões e tendências, o que possibilita a tomada de decisões mais assertivas.

A tecnologia de geolocalização também tem gerado ganhos significativos ao permitir a criação de rotas mais eficientes, considerando condições das estradas, registros de furtos, histórico de trânsito e até manutenções preventivas na frota. Os algoritmos criam análises avançadas, sendo capazes de trazer informações que seriam impossíveis de serem obtidas apenas pelo trabalho humano.

Todas essas soluções permitem uma análise preditiva eficaz, utilizando dados passados para fazer projeções futuras por meio da mineração de dados e modelagem estatística. Assim, fica mais simples estabelecer a rota mais rápida e barata, o modal mais recomendado, o espaço necessário para transportar e estocar determinado volume de carga e até mesmo estabelecer ações que reduzam a emissão de poluentes, favorecendo as iniciativas ESG de uma empresa.

Outro fator relevante e complexo está relacionado às questões tributárias e fiscais do setor logístico. O Brasil dispõe de um dos sistemas mais complexos do mundo, ocasionando erros que podem gerar multas e até a suspensão das atividades por conta de irregularidades no transporte. Ter sistemas capazes de simplificar tudo isso é a garantia de uma operação segura e livre de interrupções.

Certamente, estabelecer mudanças processuais e gerenciais em uma área tão complexa como a logística não é algo simples e que acontece do dia para a noite. Deste modo, contar com o apoio de profissionais experientes nessa abordagem é uma excelente estratégia, visto que, além de orientar, podem guiar a melhor forma de centralizar as operações, garantindo maior assertividade e competitividade.

A logística sempre foi e continuará parte do dia a dia das organizações. Independente de qual for o segmento de atuação, toda empresa sempre terá a necessidade de contar com apoio tecnológico para a área. O Brasil tem muita oportunidade para o amadurecimento digital e, abraçar todas essas possibilidades é a melhor forma de termos uma logística realmente eficiente.

O mundo teve uma transformação poucas vezes vista na história recente, as tecnologias aparecem e criam imaginários nos executivos que buscam estar atualizados para garantir a perpetuidade de seus negócios. A grande pergunta que cada um de nós tem que se fazer é “Estou preparado para absorver, compreender e tomar decisões?”.

(*) – É VP de estratégia e inovação da Engine, consultoria pioneira em soluções SAP (https://enginebr.com.br/).