Mateus Magno (*)
O cenário global de intensa digitalização e preocupações crescentes com o meio ambiente torna obrigatórias as discussões envolvendo tecnologia e sustentabilidade e como é preciso mais do que nunca alinhar os dois conceitos. É possível observar que as companhias estão buscando cada vez mais por soluções e estratégias que permitam práticas empresariais mais responsáveis, e se transformar em um ecossistema digital têm gerado resultados positivos nesse sentido.
Isso porque os ecossistemas digitais, que envolvem a ampliação dos produtos oferecidos pelas empresas, que passam a dispor de novas soluções e ferramentas totalmente integradas dentro de suas plataformas digitais e aplicativos para gerar mais valor tanto para os clientes quanto para os negócios, apresentam uma oportunidade para a propagação de informações e iniciativas sustentáveis.
Por terem a capacidade de conectar pessoas e marcas globalmente por meio de parcerias, as corporações conseguem ampliar a conscientização sobre vários temas, como problemas ambientais, mudança climática, conservação de recursos e redução de resíduos. Um exemplo disso é a abrangência das redes sociais, que hoje em dia que vai além ambientes digitais de relacionamento, e já integram diversos serviços diferentes, gerando maior interesse e engajamento com os usuários.
Isso faz com que sejam capazes de gerar e impulsionar movimentos de maneira ágil e assertiva, pois reúnem diferentes agentes importantes em um mesmo local. E, por estarem inseridas em um ecossistema digital, ganham visibilidade global ao mesmo tempo em que educam o público e pressionam as instituições a adotarem práticas mais verdes em resposta às demandas dos consumidores.
De acordo com o estudo Global Interconnection Index (GXI) 2023, publicado pela Equinix, os setores estão aproveitando o mundo digital para alavancar os objetivos ESG: 65% dos tomadores de decisão da área de TI afirmam que só trabalharão com parceiros que possam cumprir as principais metas de redução de carbono, já no Brasil esse número chegou à marca de 79%.
A pesquisa ainda avalia que o segmento de energia e utilidades irá comandar o índice de avanço digital até 2025, visto que as companhias aplicam uma abordagem sustentável para edificar e elevar a sua presença online.
Como qualquer outra iniciativa, a transformação em ecossistemas digitais também traz alguns desafios, como o problema do crescente uso de dispositivos eletrônicos e data centers, que consomem muita energia, e a rápida obsolescência que pode gerar resíduos eletrônicos. Porém, por conectar diversos agentes do ecossistema e propor uma dinâmica mais colaborativa em busca do sucesso dos negócios, acaba possibilitando a ampliação dos debates sobre o meio ambiente e incentivado uma competição mais saudável em direção à inovação e ao crescimento.
(*) É CEO da Sambatech.