A tecnologia irá substituir a mão de obra? Não há como prever o futuro, mas por hora, uma coisa é certa: não. Pelo menos, não na grande maioria das profissões. Até porque existem aspectos que a tecnologia, ou mesmo a Inteligência Artificial, não consegue operar: pensamento criativo, crítico, ética e empatia. A melhor solução que conseguimos encontrar, até o momento, é utilizá-la como ferramenta de auxílio ao trabalho humano.
De acordo com o diretor da Embraps, empresa referência de facilities (prestação de serviços interdisciplinares) na Baixada Santista, Rodolfo Quaresma, o uso da tecnologia aliada à mão de obra pode ajudar a aquecer ainda mais o setor de serviços, um dos principais impulsionadores do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2024, por exemplo, o Grupo de Conjuntura da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac), do Ipea, projetou uma alta de 2,1% para este setor.
“A tecnologia, hoje, não é apenas um diferencial, se tornou obrigatória e quem não a utiliza em diversas frentes acaba ficando para trás no mercado. E quando ela é agregada de uma forma complementar ao trabalho do ser humano bem capacitado para operar esta tecnologia, você tem uma otimização da prestação de serviço como um todo. Quem ganha é o cliente, com serviços cada vez mais inovadores e, acima de tudo, eficientes”, afirma Quaresma.
No ano passado, a Embraps introduziu o serviço de portaria remota em seu catálogo. Na prática, ela funciona como um controle de acesso e monitoramento 24 horas que registra toda a movimentação e é gerenciada por um operador à distância. No entanto, isso não significou a substituição da mão de obra do porteiro, um dos maiores quadros da empresa – atualmente, são mais de 719 profissionais atuando neste serviço em conjunto com algum tipo de tecnologia.
Trata-se de uma questão de oferecer um serviço personalizado de acordo com as necessidades e o perfil de cada condomínio. Por exemplo, em prédios menores, pode haver uma preferência pela portaria remota por conta da redução de custos. Porém, em prédios com mais apartamentos e torres, maior movimentação de pessoas e veículos, a atuação do ser humano em conjunto com a tecnologia é indispensável.
Em alguns casos, a empresa oferece o sistema de portaria híbrida: prédios de veraneio, por exemplo, comuns na Baixada Santista, podem contar com a portaria física com apoio da tecnologia durante períodos de maior ocupação (novembro a fevereiro) e somente a remota durante períodos de menor movimentação.
“É um produto que atinge diferentes perfis de clientes, ou seja, não é substituto do trabalho do porteiro ‘físico’. Em muitos casos, será até complementar, os dois modelos trabalhando juntos. O trabalho humano segue essencial para o funcionamento dos processos, e a tecnologia tem que ser utilizada como aliada”, comenta Quaresma. O investimento em ferramentas de segurança vai além do acesso aos condomínios. Prova de que a tecnologia é indispensável, mas não existe sem o trabalho humano. – Fonte: (https://embraps.com.br).