Bruno Santos (*)
Na atualidade empresarial, onde a dinâmica dos negócios é mais complexa do que nunca, a importância de uma Gestão de Terceiros bem estruturada e estrategicamente aplicada não pode ser subestimada. Essa abordagem não apenas previne problemas latentes de se transformarem em crises, mas também fomenta a segurança organizacional, resguardando fornecedores, profissionais terceirizados e a própria empresa. O escopo da Gestão de Terceiros abarca desde a prevenção de situações de trabalho análogo à escravidão até a minimização de riscos operacionais, culminando no fortalecimento da marca corporativa.
Recentemente, observamos que a necessidade dessa abordagem se tornou mais clara do que nunca. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), somente em 2023, mais de 500 vítimas foram resgatadas de situações de trabalho análogo à escravidão. Esse é apenas um exemplo do quão crítico é não aplicar medidas efetivas de Gestão de Terceiros.
Um componente fundamental é a revisão dos recursos empregados nas empresas. A análise criteriosa da alocação de recursos e da comunicação com os fornecedores pode impactar significativamente a eficácia da operação. Uma visão estratégica busca otimizar a utilização de informações, recursos humanos, sistemas e processos, visando alcançar objetivos específicos.
Ao adotar uma abordagem estratégica para a Gestão de Terceiros, inúmeras vantagens podem ser desbloqueadas, tais como a redução de despesas relacionadas a disputas trabalhistas, diminuição de ocorrências de doenças ocupacionais e acidentes, bem como a mitigação de situações emergenciais causadas por fornecedores falidos. Além disso, é possível minimizar as penalidades resultantes de inspeções governamentais e fortalecer a resiliência operacional.
A implementação prática dessa estratégia envolve a adoção de seis pilares centrais:
- Foco nos Resultados: Traduzir expectativas em metas tangíveis, utilizando ferramentas como o mapa de empatia e a metodologia OKR.
- Compreensão do Ambiente: Observar a interação da empresa com seu contexto, empregando a matriz SWOT para identificar forças, fraquezas, oportunidades e ameaças.
- Propósito Claro: Definir um propósito claro e disseminado, o que estabelece metas e avista oportunidades.
- Utilização de Dados: Empregar dados como guias, monitorando o progresso do projeto por meio de métricas relevantes.
- Responsabilidades Definidas: Estabelecer papéis e responsabilidades através de uma matriz de responsabilidade, equilibrando o trabalho entre equipes.
- Flexibilidade e Melhoria Contínua: Proporcionar a flexibilidade necessária, aprimorando processos com a aplicação do ciclo PDCA (Planejar, Fazer, Verificar e Agir).
Além desses pilares, tecnologias desempenham um papel crucial na eficácia da Gestão de Terceiros. Ferramentas de Avaliação de Fornecedores, Plataformas de Gestão de Contratos, Monitoramento de Riscos, Análise de Dados e Business Intelligence, assim como Plataformas de Feedback e Avaliação de Desempenho, são recursos valiosos para impulsionar a estratégia e eficiência nesse domínio.
Ao selecionar e implementar adequadamente tais ferramentas, as empresas têm a oportunidade de aprimorar a colaboração, a transparência e a eficácia em sua cadeia de suprimentos, culminando em uma Gestão de Terceiros robusta e bem-sucedida. Em última análise, a Gestão Estratégica de Terceiros não é apenas uma abordagem operacional, mas uma ferramenta para desencadear o crescimento e a excelência empresarial.
(*) É sócio e responsável pela área de Gestão de Terceiros da Bernhoeft.