O ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou ontem (4) que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) continuará trabalhando para prevenir a lavagem de dinheiro.
“Nunca pedi que o Coaf fosse para o ministério [da Justiça. Me foi oferecido, e eu o aceitei de bom grado por esta questão de integração”, declarou Moro ao participar da cerimônia de abertura da reunião do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas, na Justiça Militar, em Brasília.
“O Coaf realiza um trabalho relevante de inteligência e prevenção à lavagem de dinheiro. É um órgão eminentemente técnico e vai continuar atuando com inteligência na prevenção da lavagem de dinheiro”, acrescentou Moro, negando notícias de que, no Ministério da Justiça, o conselho poderia se transformar em um órgão “policialesco”.
“Não sei o que isso significa, mas não. O Coaf vai continuar fazendo a mesma coisa”, disse o ministro, que já havia criticado o que classificou de “omissão” de governos anteriores no combate à corrupção. De acordo com Moro, o Coaf foi contemplado na reestruturação administrativa do ministério. Uma dessas mudanças foi a criação da Diretoria de Inteligência Penitenciária, que atua em uma das três áreas que o ministro considera prioritárias: o combate às organizações criminosas, ao lado do enfrentamento à corrupção e aos crimes violentos.
Entre outros aspectos, a proposta defende a execução de sentenças condenatórias de segunda instância; a regulamentação dos procedimentos de escutas ambientais – ou grampos eletrônicos – em investigações criminais; a consolidação de um registro nacional de informações do perfil genético de criminosos; a regulamentação do trabalho de investigadores disfarçados em operações policiais e a aposta em ações integradas entre as forças de segurança federais, estaduais e o Ministério Público (ABr).