Aluisio Diniz Cirino (*)
Dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostram que quase 6,5 milhões de empresas já oferecem cashback. Como estratégia, ele faz sucesso: levantamento do site Cuponomia aponta que, em 2021, o cashback movimentou R$ 10 bilhões no país. Até o Governo Federal estuda um modelo de devolução de impostos para pessoas de baixa renda, inscritas no Cadastro Único (CadÚnico).
A tradução da palavra cashback resume a dinâmica da estratégia: “dinheiro de volta”. O modelo é americano, nasceu na metade dos anos 1980 e, no Brasil, se popularizou especialmente na última década. Na prática, funciona assim: ao fazer uma compra, você recebe de volta, como um presente, parte do valor gasto, que poderá ser usado em futuras compras ou como desconto em uma transação. A estratégia que movimenta pequenos e grandes negócios, bancos e varejistas também é uma forma de garantir clientes comprometidos com a marca por um longo período.
A modalidade é popular no Brasil pela facilidade na troca e recebimento do dinheiro de volta. Vale a pena o consumidor verificar as empresas que verdadeiramente se comprometem a recompensar o valor. A prática realmente tem muito para continuar em crescimento.
O percentual dado como recompensa pela compra varia de empresa para empresa e, neste sentido, o cenário é bastante amplo e criativo. Diria até ousado. Programas de milhas e de pontos são exemplos de modalidades usadas como cashback. Nestes casos, o consumidor acumula pontos que são revertidos em benefícios futuros. Já o cashback oferecido por bancos também permite solicitar cartão de crédito que tenha o programa incluído para aproveitar os benefícios das compras. É possível receber cashback ao fazer compras no débito, pagar contas ou comprar em uma loja on-line.
E quem lucra?
Primeiro, o mercado como um todo. A concorrência gerada por quem dá mais ou menos é sempre um bom estímulo aos negócios. Depois, consumidores e empresas, que encontram no modelo uma forma de organizar as compras, a fidelidade e um dinheiro extra.
As vantagens de usar este modelo não se limitam apenas ao usuário final. Empresas parceiras que escolhem o formato também são contempladas. Além disso, existe uma rede credenciada bem extensa para oferecer o benefício.
As empresas entenderam que, para se diferenciarem no mercado e premiarem aqueles clientes mais fidelizados, o cashback é uma ótima ferramenta, pois, além de não “forçar” um benefício que não possa ser do interesse do cliente, permite uma liberdade maior na escolha de como usar o benefício.
(*) É CEO da Lecupon