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Brasileiros têm usado ‘cheque especial’ como complemento de renda

em Destaques
domingo, 30 de junho de 2024

Basear-se em créditos oferecidos pelas instituições para estender a renda familiar nem sempre é a melhor alternativa para escapar do endividamento. O cheque especial possui os juros mais altos do que outros produtos financeiros e é considerado uma das piores modalidades de crédito.

Segundo dados do Banco Central, 44% dos brasileiros usuários desta categoria de empréstimo têm renda de até dois salários mínimos. Viraliza nas redes sociais depoimentos do tipo: “Se ganho R$1400 mensal e possuo R$600 de cheque especial, então, tenho salário de R$2000”. Esse tipo de conta está incentivando os brasileiros a serem devedores.

Para Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios, é preciso ter cuidado:“Pela simplicidade na operação, a modalidade pode causar superendividamento, fazendo com que essa dívida vire uma bola de neve que fatalmente seria considerada impagável por boa parte dos brasileiro”.

Por mais que o produto seja uma opção para as horas de emergência, ele traz sérios riscos às famílias brasileiras. Ainda de acordo com dados do Banco Central, os mais afetados são os considerados “Baixa Renda”. Algumas mudanças nos juros de cheque especial foram anunciadas. A taxa dos bancos será reduzida e passa a ter um limite máximo de 8% ao mês.

Essa é considerada uma boa redução, já que a média anterior dos bancos era de 12%. Vale lembrar que isso equivale a uma taxa de juros de 150% ao ano. Uma pessoa que usou o limite de R$500 em um ano, se ela não liquidar o uso do valor, ela estará com uma conta de R$1250. Além disso, a facilidade de uso pode levar o usuário ao superendividamento.

Muitos não percebem que estão usando o crédito, o que pode transformar um valor pequeno numa bola de neve. O principal risco está na dependência do cliente no uso do cheque especial. Quando o cliente fica endividado e com o nome sujo, o banco corta o limite oferecido, o cliente perde o crédito e ainda compromete parte do seu salário para saldar o banco.

Lamounier explica que existem outras modalidades de crédito, com taxa de juros menores, mas alerta para a contratação de qualquer que seja a modalidade. “Agir pela impulsividade não colocando a dívida em perspectiva de longo prazo é o erro do consumidor. A falta de conscientização de finanças na realidade do brasileiro abre brechas para gastos desnecessários”, afirma o especialista.

Evitar o cheque especial começa com um bom planejamento financeiro. Organizar as finanças também ajuda a controlar os gastos e a criar uma reserva de emergência para não precisar fazer uso dos empréstimos ofertados pelas instituições financeiras. Se ainda não for possível juntar dinheiro para compor a reserva emergencial, evitar o uso do cheque especial já pode fazer uma grande diferença em seu orçamento familiar.

Mesmo com algumas instituições bancárias prometendo o crédito com dias sem juros, campanhas dizendo “use com tranquilidade”, sabemos como funciona a linha de crédito e seus juros. Veja as dicas do especialista para fugir do cheque especial:

  1. – Reduzir o limite do cheque especial – Esta é uma boa alternativa para aqueles que não possuem controle financeiro. Muitos preferem não contar com esse recurso ou cancelar esse limite pré-aprovado. Tais atitudes podem ser efetivas com um simples contato com o banco e podem evitar uma dívida alta para o indivíduo.
  2. – Entender como funcionam as linhas de crédito – A melhor maneira de não cair em uma cilada é compreender o funcionamento das taxas e dos juros da linha de crédito. Desta maneira, o planejamento financeiro não será prejudicado. Deve-se ter a maturidade de usá-la somente em situação emergencial. Isso pode ser útil se a pessoa tiver a consistência financeira de não gastar dinheiro em compras por impulso.
  3. – Ajustar seus gastos de acordo com a sua realidade financeira – Crie um limite de despesas que esteja em conformidade com o seu orçamento financeiro. Anotar os gastos e destacar as prioridades são ações auxiliadoras do planejamento. Assim, haverá condições saudáveis para se manter financeiramente, evitando que o consumidor entre no vermelho.

Fonte e outras informações: (https://multimarcasconsorcios.com.br).