O chefe do Departamento de Monitoramento do Sistema Financeiro (Desig) do Banco Central, Gilneu Vivan, afirmou ontem (1), que no Brasil não existe atualmente situação de bolha imobiliária, nem processo de perda generalizada do valor de imóveis residenciais.
Conforme os números apresentados pelo BC, o valor mediano de todos os imóveis financiados no País no trimestre encerrado em março foi de R$ 160 mil.
Vivan disse ainda que a tendência expressa nos dados atuais é de leve queda nos preços dos imóveis. Ele apresentou as mudanças metodológicas no cálculo do Índice de Valores de Garantia de Imóveis Residenciais Financiados (IVG-R) – indicador criado em 2012 com o objetivo de verificar tendências de longo prazo dos imóveis residenciais no Brasil. Na época, a preocupação do BC era com a possibilidade de haver uma bolha imobiliária, a exemplo de outros países. Mas a instituição nunca identificou uma bolha.
Mais recentemente, a questão é se há uma queda generalizada do valor dos imóveis que possa afetar o sistema. De acordo com Vivan, o IVG-R indica que há apenas uma leve queda nos preços dos imóveis. Medido por pontos, o IVG-R passou de 522,2 para 520,9 pontos de fevereiro para março. O IVG-R é formado a partir do valor de avaliação dos imóveis vinculados a financiamentos imobiliários. Na prática, no processo de financiamento de uma residência numa instituição financeira, é feita uma avaliação do imóvel objeto do crédito – que, no limite, é a garantia da operação. É este o valor que abastece o IVG-R (AE).