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As estratégias dos supermercados contra a inflação

em Destaques
sexta-feira, 13 de maio de 2022

Face ao aumento dos preços e a perda do poder de compra dos brasileiros, a sensibilidade dos preços ao consumidor está ganhando terreno, razão pela qual os varejistas e as marcas estão implementando várias estratégias para manter a procura atual e atrair os consumidores para as lojas, a fim de encorajar o consumo.
Tiendeo, especialista em soluções digitais para o setor varejista, identifica as táticas que estão sendo utilizadas pelos varejistas para combater a inflação.

. O supermercado está cada vez mais vazio… – Com o aumento das matérias-primas e custos, uma estratégia de vendas controversa que causa polêmica é a redução da quantidade do produto. Esta é uma tática que varejos e marcas utilizam, mantendo a apresentação original do produto e assim disfarçar o aumento do preço.

Ou seja, caixas de biscoitos ou sacos de batatas fritas com menos produto, porções menores de molho de tomate, tudo com o preço habitual… A mudança é tão sutil que muitas vezes passa despercebida pelo consumidor. Uma ação que visa manter o produto competitivo em tempos de inflação.

. Qualidade ou quantidade? o outro dilema da “cheapflation” – A cheapflation (ou redução da qualidade dos alimentos) é a substituição de certos produtos ou alimentos por outros mais baratos (alimentares ou não alimentares). Um exemplo claro é o chocolate, se o produto for rotulado como “com sabor chocolate”, significa que o ingrediente original foi provavelmente substituído por óleo de palma e aromas artificiais, tornando a qualidade muito inferior à anterior.

Uma tática em que, embora seja sacrificada alguma margem, o principal objetivo é aumentar o volume de negócios de certos produtos. Com este tipo de técnica, a indústria dos produtos de grande consumo consegue aumentar a oferta de produtos em certas categorias e permite aos clientes consumir os seus produtos preferidos apesar dos aumentos de preços provocados pela inflação.

. Campanhas promocionais mais agressivas – Neste contexto em que o poder de compra dos brasileiros é comprometido, a promoção torna-se uma “arma” extremamente eficaz.

Se durante a pandemia vimos como os consumidores mudaram os seus hábitos de consumo e adotaram o canal digital para fazer as suas compras, neste cenário, aumenta a probabilidade de os consumidores deixarem de ser leais aos varejos e marcas em troca de um preço mais competitivo nas suas compras. Assim, as promoções atuam hoje como um gancho e catalisador para o consumo, devido ao seu impacto directo no ticket de compra.

Isto significa que os consumidores vão querer obter estas economias diretas (no ato) em cada compra efectuada sem necessidade de resgatar ou enviar prova de compra para obter estes descontos. O efeito que as ofertas promocionais têm na motivação dos consumidores para virem à loja é indiscutível. Miguel Rojo, Country Manager da Tiendeo, salienta:

“Como resultado do aumento dos preços dos produtos básicos e face a esta nova situação económica, que tem uma sensação de recessão, os varejistas e as marcas estão buscando oferecer campanhas mais agressivas. Assim, em abril passado, os supermercados aumentaram em 12% o número de ofertas e promoções de produtos alimentares básicos em relação a 2021, como forma de apoiar os bolsos dos brasileiros e despertar o seu interesse em ir ao seu ponto de venda e não ao da concorrência”.

Há também a tática de aplicar uma promoção em produtos “gancho” (como os produtos da cesta básica ou produtos cujos valores mais se elevaram), ajustando os seus preços e colocando-os na entrada das lojas ou ainda na capa dos seus catálogos promocionais. Isto não só capta a atenção do consumidor, como também incentiva comprar outros produtos.

. Marcas próprias: o refúgio do consumidor – Em caso de inflação, as marcas próprias dos retalhistas tendem a aumentar sua procura. Assim, face a um aumento de preços, os consumidores tendem a fazer menos compras e a optar por produtos que oferecem qualidade e características semelhantes a um preço significativamente mais baixo.

“Em tempos em que o dinheiro dos consumidores rende cada vez menos, as marcas próprias das grandes redes, encontraram a oportunidade de competir não só com as marcas económicas, mas também com as marcas premium, uma vez que nestes produtos (principalmente alimentos essenciais como cereais, feijões ou leite) elas permitem economias entre 20% a 40% em comparação com o preço das marcas mais comerciais, conclui Rojo. – Fonte e outras informações: (https://www.tiendeo.com.br/).