O presidente da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), Cássio Chebabi, investigado na Operação Alba Branca por fraudes na merenda escolar, revelou “retaliações e ameaças” que teria sofrido quando o pagamento de propina no esquema atrasava.
Ele afirmou que as cobranças eram feitas até por mensagem de WhatsApp de um assessor do deputado Fernando Capez (PSDB), presidente da Assembleia.
Em depoimento à Polícia Civil e ao MP, Cássio Chebabi citou o nome do assessor do tucano, Luiz Carlos Gutierrez, o Licá – cabo eleitoral de Capez na região da Mooca. O executivo também apontou Jeter Rodrigues, que foi assessor do presidente da Assembleia Legislativa.
Chebabi contou aos investigadores que para Jeter Rodrigues “ajudar” nos interesses da empresa, a Coaf cedeu um carro para a campanha eleitoral de 2014 de Capez. Filho do ex-deputado Leonel Julio – cassado em 1976 pelo regime militar em um episódio que ficou conhecido como “escândalo das calcinhas” -, Marcel Ferreira Julio atuaria como operador de propinas e lobista.
Capez rechaça categoricamente as denúncias que o envolvem com fraudes da merenda escolar. Desde que seu nome foi citado, o tucano reitera que “nunca ouviu falar da Coaf”, nem do presidente da cooperativa, Cássio Chebabi. Disse que em dezembro demitiu Jeter Rodrigues da sua assessoria. “Ele usou o meu nome para indicar um delegado de polícia para um cargo em São Paulo”, afirmou. Ele disse que acredita “na inocência e na honestidade” de Luiz Gutierrez, do Licá, seu assessor e cabo eleitoral (AE).