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Afinal, o que são os medicamentos biossimilares?

em Destaques
quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

A compreensão dos medicamentos biossimilares tem se tornado essencial no cenário da saúde global. Nesse contexto, surge uma dúvida comum: afinal, o que são os biossimilares? O diretor associado de Assuntos Médicos da Organon, Tiago Almeida, esclarece essa questão com informações sobre a natureza e os benefícios desses medicamentos inovadores.

Segundo o especialista, os biossimilares, medicamentos biológicos extremamente semelhantes aos de referência, surgem como uma opção eficaz e acessível para tratamentos de alto custo, representando inovação na indústria farmacêutica e oportunidade de democratizar o acesso a terapias mais modernas. “O diferencial dos biossimilares reside na sua abordagem inovadora e precisa, sendo produtos biológicos semelhantes a medicamentos já aprovados.

São desenvolvidos tendo como referência fármacos originadores cuja patente expirou. Eles são desenvolvidos para funcionar no organismo da mesma maneira que o produto originador, garantindo a mesma segurança, pureza e eficácia. Para isso, passam por rigorosos testes antes de chegar ao mercado, além de ter a aprovação da Anvisa’’, explica.
Outra dúvida comum é sobre a diferença entre biossimilares e medicamentos genéricos.

Almeida esclarece: “São categorias de medicamentos com processos de produção completamente distintos. Os biossimilares passam por um processo de produção diferente, mais complexo e rigoroso. Seu desenvolvimento se dá a partir de organismos vivos e demandam estudos analíticos, farmacológicos e clínicos para comprovar sua similaridade em termos de estrutura físico – química, biológica, funcional, assim como eficácia e segurança em relação aos medicamentos biológicos originadores.

Já os genéricos, são medicamentos sintéticos, produzidos por processos químicos muito mais simples, cujas moléculas possuem complexidade estrutural e peso molecular muito menores. Para o desenvolvimento de medicamentos genéricos é suficiente mostrar apenas a bioequivalência farmacêutica em relação ao seu medicamento sintético originador. Enquanto a aprovação dos biossimilares necessariamente envolve ensaios adicionais devido à complexidade de sua produção”, afirma.

No cenário brasileiro, de acordo com dados do Ministério da Saúde, os medicamentos biológicos representavam, em 2018, apenas 2% do total adquirido pela entidade em unidades, porém, consumiam expressivos 41% do orçamento destinado a essa finalidade. Nesse cenário, o médico ressalta o papel crucial dos biossimilares na democratização do acesso a terapias essenciais.

‘’Ao serem mais econômicos, os biossimilares abrem portas para que um maior número de pacientes tenha acesso a tratamentos que, de outra forma, poderiam ser financeiramente desafiadores’’. Entre as doenças graves tratadas com os biossimilares estão: vários tipos de câncer, diabetes, artrite reumatoide, psoríase, artrite psoriásica, artrite idiopática juvenil, doença de Crohn, colite ulcerativa, espondilite anquilosante, espondiloartrite axial, entre outras.

Embora não haja uma obrigatoriedade de estabelecer preços mais baixos no mercado, um produto biossimilar pode custar de 30% a 70% menos em comparação com o medicamento de referência, e ainda menos se produzido por meio de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). Essa redução de custos representa uma economia significativa nos tratamentos especializados, possibilitando uma ampliação do acesso da população a esses medicamentos e, consequentemente, beneficiando um maior número de pacientes. – Fonte e outras informações: (www.organon.com/brazil).