Afastado de suas funções parlamentares há mais de um mês, o senador Aécio Neves retomou ontem (4), seu mandato com um duro discurso contra as denúncias das quais é alvo.
No plenário do Senado, defendeu ainda que o PSDB mantenha o apoio ao governo do presidente Michel Temer que, “apesar das adversidades, continua a liderar” as reformas em discussão no Congresso.
“Retorno com o firme propósito de continuar trabalhando para permitir que o Brasil possa superar suas enormes dificuldades”, afirmou Aécio, lembrando que ele, na condição de presidente do partido, condicionou o apoio ao governo à pauta das reformas trabalhista e da Previdência. Ao tratar das acusações, Aécio voltou a negar ter cometido qualquer irregularidade ao pedir R$ 2 milhões a Joesley Batista, da JBS. A conversa foi gravada pelo empresário, que mais tarde firmou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.
O senador afirmou tratar-se de um “negócio entre particulares” e o dinheiro, que seria emprestado, serviria para pagar gastos com advogados. “Não cometi crime algum. Não aceitei recurso de origem ilícita, não prometi vantagem indevida a quem quer que seja”, disse Aécio. “Fui vítima de uma armação, de um bandido confesso”.
O tucano também criticou a divulgação de conversas suas em que pede ajuda ao ministro Gilmar Mendes, do STF, para aprovar a lei de abuso de autoridade e também na que critica o então ministro da Justiça, Osmar Serraglio. “No dia em que não pudermos mais o direito ao contraditório, teríamos perdido o essencial: a liberdade que cada um tem de exercer sua opinião” (AE).