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A nova era do pix: oportunidades e desafios no sistema de pagamentos

em Destaques
quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

José Carlos Menezes (*)

O Pix é apenas uma interface das inúmeras possibilidades de atualização do nosso sistema financeiro. Desde o seu lançamento em novembro de 2020, o meio de pagamentos instantâneos revolucionou a forma como os brasileiros fazem transações financeiras.

Segundo dados do Banco Central (BC), 173 milhões de brasileiros já usaram o Pix, entre pessoas físicas e jurídicas. A Febraban, por sua vez, aponta que o meio de pagamento instantâneo representa 90% de todas as operações bancárias do país. Com sua proposta de agilidade, facilidade e disponibilidade 24/7, o Pix rapidamente conquistou uma vasta base de usuários e se tornou uma das principais ferramentas de pagamento em terras verde e amarelas.

Contudo, à medida que novas modalidades de Pix, como o Pix Saque, o Pix Troco, o Pix por Aproximação e Automático, vão sendo implementadas, surgem também desafios significativos que precisam ser endereçados para garantir a segurança e a eficiência do sistema.

As categorias surgem para complementar e/ou melhorar mecanismos já existentes, mas manter arranjos atuais com grandes apelos de utilização é um ponto de atenção para que tudo siga funciona bem. Como por exemplo, manter relevância de produtos como débito automático, mesmo após a implantação de Pix Automático.

Assim como em todo projeto bem-sucedido as dificuldades podem aparecer e é importante estar preparado para superá-las. Listei algumas que podem ser ou já estão sendo enfrentadas quando falamos das novas modalidades do Pix.

. Segurança do usuário – Um dos principais desafios é a segurança das transações. Com o aumento das modalidades de uso, surgem oportunidades para fraudes e ataques cibernéticos. Os usuários precisam estar cada vez mais atentos a golpes, como phishing e engenharia social, que visam obter informações pessoais e financeiras.

A confiança no sistema é primordial, e para que o Pix continue a ser uma escolha viável para consumidores e empresas, é essencial que bancos e instituições financeiras invistam em tecnologias de segurança e conscientização dos usuários sobre práticas seguras.

. Bancarização – Além da segurança, há a questão da inclusão financeira. As novas categorias de Pix podem beneficiar um público ainda mais amplo, incluindo pessoas que, até então, não tinham acesso a serviços bancários tradicionais. No entanto, a realidade é que muitos brasileiros ainda enfrentam barreiras de acesso à internet e uso de tecnologias digitais.

A promoção de campanhas de educação financeira e a melhoria da infraestrutura de conectividade nas regiões mais carentes são ações fundamentais para garantir que todos possam usufruir desses novos serviços.

. Regulamentação e governança – Outro desafio relevante é a regulação e a governança do sistema. Com o crescimento do uso do Pix, a fiscalização e a criação de normas que assegurem a proteção dos consumidores e o funcionamento justo das instituições financeiras se tornam mais urgentes.

A criação de mecanismos claros de resolução de conflitos e de proteção contra abusos é essencial para criar um ambiente de confiança tanto para os consumidores quanto para os fornecedores de serviços.

. Adaptação do mercado – Por último, mas não menos importante, a adaptação do mercado também é um desafio a ser considerado. Muitos comerciantes, especialmente os pequenos empreendedores, ainda estão se familiarizando com o sistema e suas novas modalidades.

A transição para o Pix como meio de pagamento requer investimento em tecnologia e conhecimento. Assim, é vital que as instituições financeiras ofereçam suporte e treinamento aos comerciantes para que consigam se adaptar a esse novo cenário.

Ao discutir o sistema de pagamento Pix é possível observar que ele oferece benefícios tanto para o consumidor quanto para o lojista em relação ao seu uso. Ao refletirmos sobre o passado, é difícil imaginar um cenário repleto de regras, prazos rigorosos e custos elevados associados à realização de transferências financeiras. Isso torna o meio de pagamento extremamente relevante independente de seus desafios e melhorias necessárias.

Com a solidificação do Pix, não podemos dizer que ele não possa apresentar algum risco ao cliente, afinal as fraudes acompanham esse crescimento, entretanto é fácil ver o quanto o Banco Central, os bancos, as instituições financeiras e o mercado vêm atuando fortemente para promover essas mudanças e evoluir na proteção do usuário. À medida que os produtos evoluem, os mecanismos de segurança seguem e devem continuar acompanhando.

Em suma, embora as novas modalidades de Pix apresentem um potencial significativo para transformar o sistema de pagamentos no Brasil, é fundamental que os desafios mencionados sejam enfrentados com seriedade.

Segurança, inclusão, regulação e adaptação do mercado são pilares que precisam ser trabalhados em conjunto para garantir que o Pix continue a ser um agente de inovação e acesso à economia para todos os brasileiros.

Somente assim poderemos desfrutar de todas as vantagens que esse sistema pode oferecer, construindo um futuro financeiro mais inclusivo e seguro.

(*) – É Gerente de Produtos da C&M Software (https://cmsw.com/).