Wagner Bernardes (*)
2021 está batendo à porta e, depois de todas as incertezas causadas pelo longo período de isolamento que vivemos (e ainda estamos) este ano, já vejo um horizonte de novos processos e procedimentos que podem mudar a forma como trabalhamos daqui por diante. A conectividade e o trabalho remoto, como já falamos muito e como muitos têm dito por aí, chegaram para ficar.
Porém, há um aspecto cultural, que, a meu ver, não podemos deixar de lado. Na América Latina, somos conhecidos por sermos sociáveis, damos valor ao aperto de mãos na conclusão de um acordo – gostamos do olho no olho. A nossa própria realidade, dentro dos escritórios da Orange Business Services mudou.
Já vínhamos trabalhando desde 2006 com trabalho remoto híbrido. Este ano, passamos para praticamente 100% remoto. Nos nossos clientes, vimos um aumento da utilização de serviços para além da conectividade – segurança e colaboração foram palavras-chave e ferramentas como vídeo e áudio conferências tornaram-se fundamentais. A forma de consumo também mudou.
Vimos um aumento na procura por soluções de colaboração em nuvem e no modelo de serviços gerenciados através de OPEX (Operational Expenses em inglês) do que os tradicionais modelos de consumo baseados em Capex (Capital Expenses). Isso foi feito para suportar o modelo de trabalho e colaboração remoto ao qual tiveram que se adaptar muito rapidamente.
Antes deste turbulento 2020, já notávamos esse movimento, mas esse ano serviu para impulsionar definitivamente a transformação digital. Vejo, agora, uma preocupação diferente quando converso com nossos clientes. Ela está mais direcionada a extrair de seus colaboradores e entregar aos seus clientes as melhores experiências possíveis do mundo virtual e online.
Percebo que, apesar de sermos seres naturalmente sociáveis e de darmos grande importância ao momento do cafezinho e do papo descontraído sobre diversos assuntos, tivemos que nos adaptar rapidamente a esse “novo normal”. O encontro presencial sempre será importante nas organizações, mas deixou de ser um impeditivo para a sobrevivência dos negócios (fechamentos de contratos e apresentação de propostas e projetos) ou mesmo para a produtividade e colaboração da equipe.
O que é preciso, sim, é subsidiar as ferramentas para que as equipes consigam dar ao cliente uma experiência parecida, às vezes até melhor (já que gastamos menos tempo) seja qual for o mercado de atuação. É por isso que o reflexo nas vendas que vemos neste momento tem mais a ver com melhorar a colaboração com os clientes e entre o nosso pessoal, mantendo o desenvolvimento de soluções que melhoram a co-criação entre empresa e cliente.
Esta parceria, como vemos, tem feito até os encontros presenciais necessários mais eficientes e assertivos para manutenções e entregas em clientes. A pandemia trouxe o que tenho chamado de transformação digital compulsória. As tecnologias das quais já dispúnhamos passaram a ser usadas de maneira mais apropriada, seja com nossos clientes, fornecedores e clientes.
As pessoas passaram a dar ‘mais valor’ aos investimentos em soluções de colaboração que ainda não estavam tão consolidados dentro das organizações.
Muitas empresas tiveram que acelerar processos, desenvolvendo soluções às pressas, para se adequarem a um novo quadro, enquanto compreendiam o que estava acontecendo no mundo.
Passamos lidar assiduamente com as Virtual Private Networks – VPNs, que protegem os tráfegos de dados com o emprego de protocolos padronizados. Digitalizar processos virou palavra de ordem e foi o grande foco dos investimentos em tecnologia este ano. sso, a meu ver, é o que podemos tirar do cenário improvável que tivemos em 2020: o teletrabalho ou um formato mais híbrido sendo usados como uma maneira até de prevenção a futuras adversidades.
O que vem por aí. Pensar sempre à frente, foi, na minha opinião, o que nos garantiu que não perdêssemos o foco e os clientes em 2020. Estávamos prontos para o trabalho remoto e vínhamos há muito preparando nossos clientes para tal também.
O que vem em 2021, então, é seguir o plano, incrementando com inovações os serviços e soluções que já oferecemos aos nossos clientes, ajudando-os a reencontrar a estabilidade em um modelo, provavelmente, híbrido de trabalho.
A co-criação está no DNA do nosso trabalho aqui na Orange e seguirá como principal guideline e projeção para a nossa área de vendas. Aos nossos clientes e ao mercado em geral, acredito que a grande lição foi aprendida: é preciso planejamento, ouvidos atentos e facilidade de adaptação – tanto pessoal, quanto tecnológica. No mais, as soluções de conectividade seguirão na mira dos olhos daqueles que realmente conseguiram se adaptar às novas rotinas de trabalho, que devem perdurar.
(*) – É Diretor de Vendas da Orange Business Services para o mercado brasileiro (www.orange-business.com/br).