Situação de difícil reversão
Diante de tanta incoerência e situações inacreditáveis, em sã consciência, fica muito difícil abordar uma situação “in totum” ou parcialmente, já que os desdobramentos são inevitáveis
Infelizmente a corrupção faz parte da nossa cultura, desde os tempos da ditadura de Getúlio Vargas, porém como já afirmei, jamais imaginamos que chegaria ao patamar que chegou. A nossa legislação penal é bastante complexa, cheia de brechas que permitem os casos se arrastarem por muito tempo, devido à permissão do excesso de “recursos”, como as várias sentenças diferentes para casos semelhantes.
Diante do acima exposto, e, no atual contexto, ao fato dos magistrados das supremas cortes serem indicados pelo executivo é de se supor que, dificilmente irão deliberar frontalmente contra quem os indicou para exercer tão importante missão. Um colegiado de magistrados deveria eleger os membros das supremas cortes no âmbito federal, para que não houvesse qualquer dependência decisória, não obstante o fato soberano da interpretação de cada um dos membros da corte, em casa caso.
Por outro lado, é estranho notar que na maioria dos casos de desvio de comportamento e marcante a falta de Patriotismo, do qual estamos tão carentes, faz muito tempo. A presidente Dilma num dos “discursos” na Suécia afirmou que os nossos três poderes são autônomos e harmoniosos, entretanto esqueceu que na atual conjuntura é notória a dependência entre eles, portanto não deveria ter entrado no mérito da atual situação, cuja apuração dos fatos, denigrem a imagem do seu governo.
Independente do que já foi apurado e deliberado, sobre os vários casos delatados, chegamos a um entrave de grandes proporções, em relação às decisões a serem tomadas sobre os “impeachments” da presidente da república e do presidente da Câmara. Se Eduardo Cunha acolher e colocar em votação um pedido impedimento da presidente Dilma, devido a pressão da sociedade, ela deverá ser cassada. Em contra partida, se isso acontecer a bancada petista, deverá votar a cassação do mandato de Cunha.
Então a situação faz lembrar o velho ditado, “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.
Posto tudo isso, envergonhando com o atual “status quo”, só nos resta pedir a Deus, que dizem ser brasileiro, que a coerência e o bom senso predominem e que, com muito Patriotismo, consigamos nos libertar dessa indecência, de cabeça erguida.
(*) – É Jornalista – MTb 21.275 – (www.emquestao.com) ([email protected]).