Quadrilha
Luiz Eduardo de Carvalho – Patuá – Não, não, o título da ótima obra, não se refere nem pretende criar ilações aos acontecimentos políticos conhecidos. Algumas de suas passagens, esbarram no tema. O autor consegue mostrar o quanto pode acontecer em uma só noite, nas vidas de muitas pessoas. O pano de fundo é a preparação para a festa junina de São João. Vidas que se cruzam, interesses se chocam, corpos que se unem, enfim, um cipoal dramático de ocorrências que se fundem, aparentemente sob a égide da grande fogueira. Eficazmente diferente.
Invadindo o Ensaio com Fred Falcão
Denilson Monteiro – Matrix – Normal e infelizmente os compositores de grandes e imortais músicas não são mencionados. O emérito biógrafo fez questão de trazer ao mundo um dos maiores compositores que esse pais conheceu e ainda pode conhecer, pois vivo está. Trata-se de Fred Galvão, reconhecido, respeitado no universo musical. Profissional multifacetado, responsável por grandiosos sucessos, toca bem vários instrumentos. Sua vida é relatada em minudências extravagantes. Sua juventude num cenário carioca, onde “tudo” acontecia, foi devidamente explorada. Fico a imaginar os deliciosos momentos do biógrafo com seu biografado. Uma vida cheia de emoções e felizes coincidências, a começar pelo título, afloram em páginas com tinta fluida. Uma vida emocionante contada com requinte, como deveria ser. Uma justa e necessária homenagem, particularmente porque ele faz parte de um universo muito nobre rico, que a todos encanta. Deve ser lido por jovens e por apreciadores de boa música e seus personagens.
A Mulher, o Homem e o Cão
Nicodemos Sena – Letra Selvagem – Nicodemos, Mocorongo de boa cepa, encanta seus leitores com essa prosa caipira, que certamente levará a sonhar o mais rígido dos leitores (as). Um folclore digno de representar nossa cultura de raiz. A trilogia metafórica, na qual urdiu a história, é algo meio que fora da curva, refletindo a nítida genialidade do paraense. Sonho, religião e outros ingredientes “alucinatórios” permeiam suas poucas páginas. Certamente agradará adolescentes e adultos.
A Negra Cor das Palavras
Alexandra Vieira de Almeida – Penalux – Essa “menina” escritora é mesmo um estrondo! Novamente ataca uma problemática com dedilhar de fada e muita sensibilidade. Carregando bandeira, sem ferir melindres, ou exacerbar, o que poderia destoar , seguiu um curso reto, sem desvios, com poemas, nem sempre rimados, todavia bem focados, conseguiu numa alusão Yin e Yang, aproximar antagonismos. Cálida e mansamente, tal qual água mole em pedra dura, penetrou num âmago, nem sempre receptivo: Negritude! Que está em todo nosso derredor , não só nas tintas das palavras, tal qual o branco e demais cores. Poemas belíssimos que dão notas às cores e denotam brilhantismo da poetisa, sem obviedades. Sucesso!