O que parece
Nada que consiga ver ou ouvir me será pleno de compreensão em determinados assuntos complexos.
Um deles é a questão do terrorismo, que pode estar relacionado desde as suas causas até suas consequências. Tudo que se possa ler ou escutar de comentários ainda me faltarão dados para poder dar uma opinião precisa.
Sinto-me com essa sensação ou percepção racional de impotência pelo conhecimento sobre esse determinado assunto.
Por mais que me informe, após um tempo, ainda aceito que deveria ter ido atrás de mais detalhes para conhecer sobre o que estou comentando. Mas, mesmo assim penso que apesar de estar estudando sobre tolerância religiosa há alguns anos ainda ficam questões em aberto.
Uma situação é o motivo religioso que faz pessoas optarem por uma denominação, outra é se empregar numa cruzada de eliminações para atingir seus objetivos. O ponto em foco é quando queremos chamar atenção e precisa-se criar um grupo que ajude a defender essas idéias. Encontramos o campo das células de organizações criminosas ou ações terroristas isoladas.
Lemos ou vemos de maneira esparsa o que já aconteceu em cidades onde esses imprevisíveis eventos se materializaram, desde alguns anos: Madri, Londres, Paris, Bruxelas, e, recentemente, Nice. Ou nos filmes de ação que relatam dessas cenas de tensão e horror.
Nesses casos, são como produtos para consumo do entretenimento quase sádico. Feitos para criar clima de expectativa, desde sua preparação até a explosão. Tudo está centrado em detalhes e destaques em cada cena.
Desde quando um fuzileiro, soldado bem equipado, que está, relativamente, atento com as movimentações numa rua cheia de pessoas aparentemente inocentes, com crianças e mulheres, até que um celular aparece na palma da mão de um displicente idoso e se conecta.
Tudo aquilo em fração de segundos irá parecer um local deserto. Pois, tudo que se vê irá ser varrido por uma fumaça densa e tóxica. Qualquer semelhança é pura verdade. A cena que se restabelece é que toda aquela quadra de um pobre comércio num lugar que parece indefinido, que para dar a sensação de menos valor, numa rua empoeirada e calorenta, foi pelos ares.
Nessas cenas, a maneira de como se desenrola e se organizar um ataque são exercícios de imaginação desses autores. É com isso que devemos trabalhar na realidade: com a desconfiança de como poderia estar imaginando um suspeito. Por isso nós os prendemos?
Fica a frase a refletir: é melhor prevenir? Há quem vá contra essas ações. Até quem as dê menor importância. Mas, quando se comenta sobre algo que não se sabe de onde vem, claro que para uns poderá ser excessivo. Como uma medida autoritária ou falta de competência.
Se o agente cometeu um ato em demasia, poderia ter sido feito a menos? A questão é que nunca se sabe o que se passa na cabeça de um desajustado ou um fanático, até que ele conclua o seu plano e queira justificar sua causa com um ato para chamar a atenção.
(*) – Escritor, Mestre em Direitos Humanos e Doutorando em Direito e Ciências Sociais. Site: (www.marioenzio.com.br).