Em Espera
Sabe quando lhe parece que a melhor alternativa é ficar parado, no estilo de não fazer nada, esperando a conjuntura melhorar?
Pois é, se pensar assim o problema pode ficar maior para o seu lado daqui um tempo. O estimulo a se sair de situações desse tipo passa necessariamente pelos indicadores que o Governo nos dá. E, na verdade, o cenário deixa essa sensação de que o compasso de espera pode ser a alternativa mais viável. Não sei, ainda prefiro ir fazendo as coisas em marcha lenta.
Apesar de que se lê que indústrias e empresas de serviços estão em processo de fechamento ou diminuição da produção. É triste. Isso são fatos não isolados de um complexo conjunto de fatores internos, que leva a maioria da culpa. E, agora, com a valorização do dólar no mercado internacional e a saída da Inglaterra da União Européia. Ou seja, parafraseando Murphy, o cara da lei do repique sinistro: “um problema não vem sozinho, vem acompanhado de outros desastres, acidentes ou catástrofes”.
Como tenho dito, sou otimista, mas, para continuar sendo, preciso saber onde está o problema para não me deixar influenciar ou me abater com as mazelas que cercam essa ocasião. Contando com a parte dos honestos, o momento continua sinalizando que mais falcatruas serão descobertas ou mais desvios de dinheiro público não atingirão suas finalidades.
Por conta disso, às vezes, me pergunto, sem fazer contas: – será que precisaria aumentar impostos ou modificar destinação de recursos se parte desse dinheiro não fosse desviado?
Ou seja, ainda há muito a ser melhorado, já que nem o transitório se tornou permanente e o que está em espera ainda quer voltar. Parece que nada está definido. Enquanto isso, as contas continuam a rolar. O taxímetro dos gastos públicos é um disparador de boas e más aplicações.
Como um observador nas leituras da matéria econômica, sei que a origem dessas discussões sobre crescimento ou recessão tem a ver com as contas de receitas, despesas e pagamento de juros da dívida pública. É como em casa: – se tem crédito rotativo no cartão, tem cheque especial estourado, gasta mais do que recebe, o buraco da dívida aumenta.
Esse é o ponto em torno dos rombos, atuais e para o ano: deixaremos de gastar ou gastaremos menos? Iremos dar prazo para Estados pagarem suas dívidas? Interessante que quando você pede dinheiro no banco, pretende investir ou gastar em consumo. Se o uso do dinheiro foi para consumo, aquele que vem fácil e vai fácil, é uma coisa. Ou se foi em um bom investimento há grande chance de retorno, quando as obras não ficam inacabadas.
Essa conta é simples -, você tem feito todo dia se está com sua dívida aumentando – só que o Estado não vai à falência, ele recorre a nós. Se não houver arranjos ou cortes nas despesas, pode esperar que haverá aumento de impostos.
(*) – Escritor, Mestre em Direitos Humanos e Doutorando em Direito e Ciências Sociais. Site: (www.marioenzio.com.br).