“Brasil acima de tudo; Deus acima de todos”!
* J. B. Oliveira
Em sua primeira manifestação após ser declarada sua vitória na dura disputa eleitoral, Jair Messias Bolsonaro repetiu a frase-mantra que usou durante sua campanha vitoriosa.
Só que agora, já como presidente eleito, enfatizou a expressão, tendo a Constituição Brasileira e a Bíblia Sagrada nas mãos! Nada mais correto e cabível. Afinal, digam o que disserem os adversários políticos, sua campanha repousou sobre os princípios de nossa Carta Magna, a Constituição Cidadã. Casos houve em que garimparam inúmeras de suas falas e pinçaram trechos esparsos de antigos e até próximos de seus pronunciamentos, pretendendo com isso desconstruir o “mito” em que ele estava se transformando.
Eram até risíveis alguns casos de apelação, em que se exibia um Bolsonaro muito novo, quase imberbe, em início de vida parlamentar (a verdade é que ele está há praticamente 30 anos na vida pública), dizendo coisas que – expressas no período anterior ao chamado “politicamente correto” – não tinham o teor “ofensivo” que têm hoje.
Debates e embates com outros deputados ou deputadas foram explorados tão intensa e extensamente que acabaram cansando e enfastiando o público. Por fim, trouxeram à tona, em outubro, a duas semanas do segundo turno, um vídeo amador gravado em julho. Em palestra num cursinho, seu filho foi surpreendido por uma pergunta esdrúxula : o que aconteceria se, eleito seu pai, o STF impedisse sua posse!
Um político mais experiente teria dito: “Não raciocino sobre hipóteses”, e encerraria ali a questão. Foi o que fez o então prefeito Olavo Setúbal, em 1978, quando lhe disseram: “O senhor Paulo Maluf, que foi seu colega na Politécnica, vai assumir o governo do estado em 1979. Se ele o convidar para ser novamente prefeito, o senhor aceitaria?”. Afinal, como defino, “hipótese é uma coisa que não é, mas nós fazemos de conta que seja, para ver como seria se fosse!” – ou seja: é algo absolutamente inconsistente!
Entretanto, recebendo esse disparate, o deputado Eduardo Bolsonaro, deu o troco na mesma moeda: “Você está caminhando para um estado de exceção…” começou ele a dizer, para, pouco além, acrescentar que seria um embate contra o Judiciário e, “para fechar o STF bastam um soldado e um cabo”!
Pronto! Bastou isso para imputassem à chapa de Bolsonaro uma suma ofensa a todo a magistratura, porque ele tina a intenção de fechar o Supremo Tribunal Federal! Ministros e mais ministros se manifestaram ruidosamente e, mais ruidosamente ainda, a campanha do adversário, alardeando isso como uma “ameaça à democracia”!
Tudo porque, frente a uma provocação inesperada e descabida, o FILHO do candidato – de per si – respondeu atabalhoadamente, sem pensar…
Na outra ponta, em abril deste mesmo ano da graça de 2018, o deputado federal e advogado do PT Wadih Damous, de moto próprio e de caso pensado, afirmou alto e bom som, “tem que fechar o Supremo Tribunal Federal”. Em 1° de outubro, foi a vez do ex-ministro e recém-liberto José Dirceu declarar que o que se deveria fazer era “tirar todos os poderes do Supremo”… “Não sei porque chamam Supremo. Judiciário não é poder da República”.
Aqui sim, há conflito explícito e claro com a Constituição, cujo Artigo 2° diz: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Pois é: mas essas declarações estapafúrdias pouca ou nenhuma ressonância tiveram…
Na outra mão de Bolsonaro, a Bíblia estava a demonstrar a proteção de Deus ao “Messias”: num ato extremo de anti-democracia, Bolsonaro é esfaqueado em pleno convívio com o povo em Juiz de Fora! Faltou muito pouco para que sua vida fosse ceifada. Não fosse a intervenção involuntária de uma mão no braço armado do agressor; estivesse o candidato mais distante do hospital a que o levaram, e não houvesse médicos competentes e dedicados, tudo teria terminado ali.
Entretanto, aquela mesma Bíblia empunhada por ele na sua fala, traz estas palavras de Davi, o rei-guerreiro e poeta, no livro de Salmos, capítulo 34, versículo 7: “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra”.
E assim, ao livrar Bolsonaro da emboscada fatal, Deus livrou o Brasil do caos final para que caminhava.
*J. B. Oliveira, consultor de empresas, é advogado, jornalista, professor e escritor.
É membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e da Academia Cristã de Letras.
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