Lélio Braga Calhau (*)
O ano de 2015 está no fim e, salvo algumas honrosas exceções, foi um ano terrível financeiramente para o país e para todos nós
A inflação real bate os 10% ao ano, a crise política se agrava e a perspectiva financeira para 2016, para a grande maioria, é mais sombria ainda. Podemos aprender uma lição com o que o governo federal fez nos últimos anos. Ele “brincou com fogo” quando se trata de lidar com dinheiro. Ou, para nós aqui no “salão de baixo”, gastou mais do que devia e se deparou com o adágio popular “o dinheiro não aceita desaforo”. Se você não atenta pra isso, você dança.
O problema de se andar na beirada do precipício financeiro é que se acontecer algo ruim (desemprego, queda abrupta na renda, doença na família, acidente, autuação por impostos mal calculados etc) você é lançado para muito perto da borda fatal.
É fato que o governo federal não teve o profissionalismo de se precaver. Se você anda na beirada do despenhadeiro e ocorrem vários fatos negativos ao mesmo tempo (crise política, decisões econômicas péssimas, crise de confiança, etc) você é jogado pra dentro do buraco, onde é muito mais difícil sair.
Aprenda com o que está acontecendo no país e tire uma importante lição. Beirada de precipício financeiro é lugar para amadores e não é onde você deve estar nunca. Previna-se, pois as crises econômicas irão ressurgir de tempos em tempos e você deve, através da educação financeira, estar preparado para ficar longe da “borda” e dos seus perigos.
Para tanto, estude novos hábitos financeiros, use a criatividade, tenha pavor de desperdício, adote comportamentos defensivos de proteção do seu patrimônio, construa uma reserva financeira ao longo de meses ou anos, evite os caminhos da ostentação, reaproveite as coisas ao máximo e economize o que puder para ter dinheiro para investir.
Não ande com bajuladores (que nunca te dão bons e úteis conselhos ou avisos) e nem pessoas perdulárias. É mais fácil você afundar com elas do que mudar o comportamento dos perdulários para melhor. Quem gasta mais do que ganha vive num mundo de fantasia, quando a história acaba, ele descobre uma realidade terrível e mais difícil de se resolver.
O ano de 2016 não será fácil para ninguém. Fique atento e defenda seu patrimônio. E não se esqueça nunca: o dinheiro não aceita desaforo.
(*) – É Promotor de Justiça de defesa do consumidor do MP-MG. Graduado em Psicologia pela UNIVALE, é Mestre em Direito do Estado e Cidadania pela UFG-RJ e Coordenador do site (www.educacaofinanceiraparatodos.com).