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Vamos melhorar o Brasil

em Artigos
terça-feira, 30 de junho de 2015

Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)

Estamos enfrentando o apagão mental resultante da indolência e do comodismo, o que conduz ao apagão ético, moral e profissional.

Em vez de serem guindadas ao limite de sua potencialidade, desalentadas, as novas gerações estão sendo incentivadas ao próprio rebaixamento com o uso de drogas e busca de prazer, sem aproveitar o precioso tempo para evoluir e progredir. Faltam seriedade e sinceridade. Há descrença nos governos e empresas. A espiritualidade ficou perdida em meio às banalidades e ninharias da vida. O mundo regride. Falta respeito à paternidade responsável. Famílias se desestruturam. Faltam creches capacitadas. Falta preparo para a vida. As novas gerações vão se tornando exigentes, pondo de lado a lei do equilíbrio de retribuir por tudo que recebem.

Desde cedo as crianças devem ser orientadas a aprender a aprender, com curiosidade e vontade. Pôr as crianças em contato com a natureza suas belezas, sua lógica. Solo, florestas, água, ar, tudo interligado pela vida. Isso vai ajudá-las a pensar. O importante é levar os jovens, ao limite de suas potencialidades, como agentes da melhora geral. Desenvolver o raciocínio lúcido para despertar a intuição. Indispensável é também a compreensão do significado da vida com amplitude para assim ter perseverança, foco, boa comunicação, flexibilidade. É preciso ainda situar-se nas condições da época atual olhando para o futuro, sem que isso acarrete o afastamento da essência humana.

Enfrentamos o desequilíbrio nas contas externas desde longa data, o que tem sido o grande problema ainda não equacionado em sua profundidade. O governo do PT também não olhou para isso, pois foi favorecido com o crescimento das exportações de primários, manteve o real barato e descontrolou as contas internas e externas, sem que tivesse sido dada prioridade a essa grave situação de dependência de dólares que atinge os emergentes. O economista britânico John Maynard Keynes (1883-1946) previu que essa dependência traria enormes desequilíbrios entre os povos. A situação é desconfortável e possibilita inúmeras manobras especulativas de vulto. Menos afetada foi a China com utilização da farta mão de obra barata, degradação ambiental e câmbio favorável para promover as exportações.

Temos de observar o que se passa nos Estados Unidos, cuja economia apresenta melhoras após a crise de 2008. Penny Pritzker, Secretária do Comércio dos Estados Unidos, empenhada no crescimento das exportações, assim se expressou: “Nosso foco está no salário mínimo, no crescimento da economia, nos investimentos em infraestrutura, em promover trabalho para a mão de obra qualificada e em preparar os demais para atender as demandas do século 21. Daí surgirão oportunidades, pois os empregos são criados pelo setor privado…estamos trabalhando em acordos comerciais…O que precisamos é obter um aumento do salário médio dos americanos”.

Sem dúvida uma bela proposta que precisamos imitar. No entanto, a deslocalização industrial para a Ásia derrubou os custos da mão de obra e consequentemente os custos de produção, constituindo-se num dos mais importantes acontecimentos econômicos do século 20. O setor privado, gerador dos empregos, precisa ajustar-se, pois alguma fórmula deve ser encontrada para restabelecer o equilíbrio entre produção, comércio, empregos e consumo.

Os empresários sérios que promovem o desenvolvimento e geram empregos não podem ser abandonados pelo poder público quando necessitam de crédito para expandir a produção. É preciso acabar com empréstimos de fachada, com juros abaixo do mercado para serem utilizados especulativamente. São alguns dos desafios que estão na linha de frente de todos que desejam um Brasil melhor.

(*) – Graduado pela FEA/USP, realiza palestras sobre qualidade de vida. Coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www.library.com.br). É autor de: Conversando com o homem sábio; Nola – o manuscrito que abalou o mundo; O segredo de Darwin; 2012…e depois?; e Desemvolvimento Humano ([email protected]).