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Uma nova forma de enxergar a vigilância clínica e ser preditivo

em Artigos
segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Marcelo Lancerotti (*)

O cenário mundial demanda cada vez mais por soluções capazes de melhorar a eficácia clínica.

Inlcuive aumentar o desempenho financeiro e otimizar a agilidade operacional. Dentro desse contexto, a inteligência artificial tem conquistado um papel cada vez mais importante no ecossistema de saúde como um todo. Estamos falando de um mercado que cresce ano a ano e que, segundo a Frost & Sullivan,deve alcançar mais de US$ 34 bilhões em todo o mundo até 2025.

No entanto, mesmo com tantos movimentos de inovação e de novidades que surgem para mostrar o real valor da Inteligência Artificial, ainda existem opiniões divergentes sobre até que ponto essa tecnologia pode ser benéfica para a relação paciente-médico e quais as contribuições que pode realmente trazer.

Esses “dois lados da moeda” foram inclusive identificados em uma pesquisa denominada “Mending Healthcare in America 2020”. O estudo, que avaliou diversos aspectos que podem estar relacionados à qualidade e custos da saúde nos Estados Unidos, foi realizado junto a cerca de quase duas mil pessoas, entre pacientes, profissionais da saúde e executivos de altos cargos em hospitais.

A maioria dos executivos de hospitais (79%) ouvidos na pesquisa, por exemplo, acredita que o uso de inteligência artificial (IA) como mola propulsora da saúde, assim como outras tecnologias, é importante no sentido de apoiar os provedores de cuidado, ou seja, médicos e enfermeiros, na obtenção das informações que precisam para tomarem decisões sobre cuidados dos seus pacientes.

Já os pacientes – que estão do outro lado – demonstram um interesse crescente acerca das aplicabilidades das novas tecnologias, ainda que muitos deles apresentem um conhecimento incipiente a respeito do papel que a inteligência artificial e a medicina baseada em evidência são capazes de desempenhar no aprimoramento do atendimento médico e no posicionamento do paciente no centro do cuidado.

De qualquer forma, a verdade é que a inteligência artificial tem sido cada vez mais usada na prática – e não só em filmes de ficção científica – com o intuito de facilitar o trabalho dos profissionais, seja na identificação das melhores evidências científicas disponíveis para cada doença, ou na otimização dos processos em geral.

E ela sozinha por si só talvez não tenha tanto impacto como quando é associada à medicina baseada em evidência.

A combinação desses dois fatores permite o desenvolvimento de soluções interativas, que guiam o médico por todo o diagnóstico e permite inserir dados do paciente, sintomas, exames realizados anteriormente e resultados, entre outras variáveis, junto com algoritmos dinâmicos e evidências científicas. Isso tudo apoia na escolha do melhor caminho tanto na fase de diagnóstico como na de tratamento.

Além de contribuir na solução dos principais desafios da área de saúde: reduzir erros de prescrições, eventos adversos relacionados a medicamentos, alertas desnecessários, e também na variabilidade do cuidado. Enfim, as possibilidades são inúmeras. Mas, os desenvolvedores de tecnologia têm alcançado resultados positivos com seus investimentos e esforços, que envolvem a combinação da inteligência artificial e da medicina baseada em evidência.

Mais do que agregar valor à saúde, estamos falando de anteciparmo-nos a alguns problemas. É isso o que chamamos de vigilância preditiva e que pode ser crucial – com o perdão da redundância – para um futuro saudável do ecossistema da saúde.

(*) – É country manager da Wolters Kluwer Health no Brasil, reconhecida pela Frost & Sullivan como líder global da Frost Radar ™ em inteligência artificial (IA) para TI em saúde.