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Tecnologia e segurança: entenda o que os presidenciáveis estão propondo

em Artigos
sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Paulo Murata (*)

A cada quatro anos, a população tem a importante e difícil missão de eleger, entre os candidatos, um para ser o presidente do nosso País.

Para ajudar na escolha, uma boa estratégia é avaliar os planos de governo dos concorrentes e analisar quais propostas estão mais coerentes com o nosso modo de pensar, ou seja, com aquilo que acreditamos ser fundamental para o bem do Brasil. Este ano, um tema recorrente nos discursos políticos de todas as esferas é a segurança pública.

Ao analisar as propostas descritas nos planos de governos dos candidatos à presidência, nota-se que a palavra tecnologia foi citada pela maioria. Na área da segurança patrimonial, é comum utilizá-la para descrever soluções que não sejam pessoas e/ou procedimentos, ou seja, os recursos eletrônicos e os softwares.

Diante da criminalidade que assola o País, fruto da falta de investimentos das gestões anteriores, é preciso buscar no candidato que pretende escolher qual é o plano de governo para essa esfera. E quando falamos em investir em tecnologia para a segurança pública, as medidas podem seguir padrões já utilizados e que garantem resultado em locais que receberam investimento para a adoção.

Entre as soluções mais utilizadas, encontram-se duas importantes tecnologias nos dias de hoje: as câmeras de vídeo monitoramento, que funcionam como os “olhos” da área de segurança, e os poderosos softwares de vídeo monitoramento, também conhecidos como VMS (Video Management System) ou Sistema de Gerenciamento de Vídeo, cuja função é integrar inteligência às análises das imagens das câmeras.

Tais soluções já são amplamente utilizadas por empresas privadas, as quais, nos últimos anos, investiram massivamente em equipamentos eletrônicos para proteger ativos e proporcionar segurança aos funcionários. Todavia, também já temos bons exemplos de utilização da tecnologia pelo poder público, porém são modelos que precisam ser replicados em todo território brasileiro, como o projeto City Câmeras, da prefeitura de São Paulo.

Com o slogan “Ação integrada e tecnologia de ponta por uma São Paulo mais segura”, a iniciativa propõe a utilização de vídeo monitoramento para prover mais segurança aos cidadãos e tem a meta de monitorar 10 mil câmeras. Algumas cidades brasileiras também já conseguiram reduzir os índices de criminalidade por meio da instalação de câmeras. Em Boituva, no interior de São Paulo, por exemplo, após a implantação da tecnologia, em 2017, nos principais pontos da cidade, os roubos em geral caíram 9%. Já os furtos de veículos reduziram em 40%.

Outra boa iniciativa é a utilização de drones, por parte da força pública, para o monitoramento aéreo de multidões ou de locais de difícil acesso. Sobre o tema, inclusive, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou, no final do ano passado, o projeto que disciplina o uso de aeronaves remotamente pilotadas pelos órgãos de segurança pública. Em São Paulo, o drone já está sendo utilizado no monitoramento de pontos sensíveis da cidade, tais como a região da “Cracolândia” e a avenida Paulista, quando recebe grandes multidões.

Os exemplos são muitos. Há tempos que a tecnologia é uma realidade na segurança. Mas quando se trata da área pública, ainda é preciso muitos esforços e investimentos em novas plataformas inteligentes e com recursos avançados.

A união de esforços, entre os governantes e a população, que começa nas urnas eletrônicas com a escolha de bons candidatos, é fundamental para o combate rápido e eficaz da criminalidade.

(*) – É consultor sênior da ICTS Security, consultoria e gerenciamento de operações em segurança, de origem israelense (www.ictssecurity.com.br).