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Prioridade das prioridades

em Artigos
terça-feira, 25 de agosto de 2015

Luiz Gonzaga Bertelli (*)

Em mais uma avaliação mundial da educação, divulgada na semana passada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e realizada com 76 países – cerca de um terço das nações do mundo –, o Brasil ficou em 60ª posição.

Foi avaliado o desempenho de alunos de 15 anos em testes de matemática e ciências. No ranking, o Brasil aparece atrás de países como o Irã (51º) e nossos vizinhos Chile (42º) e Uruguai (55.º). A Argentina ficou atrás do Brasil, na 62ª posição.

No último ranking, em 2012, que havia analisado 65 países, o Brasil foi o 58º colocado. As cinco melhores nações avaliadas, na prova mais recente, foram todas da Ásia – Cingapura, Hong Kong, Coréia do Sul, Japão e Taiwan.

Apesar da estagnação, o relatório da OCDE aponta certo otimismo com relação à performance brasileira, destacando melhoras “notáveis” na última década, principalmente quanto à universalização do ensino. No entanto, o estudo chama atenção para o número elevado de evasão escolar. Segundo a OCDE, os abandonos ocorrem porque os currículos escolares não são atrativos o suficiente para motivar os alunos.

A pesquisa mais uma vez mostra a estagnação brasileira frente um assunto de suma importância para o desenvolvimento, que é a qualidade da educação. Sem um ensino forte, que se adeque às realidades mundiais, que desenvolva nossos jovens para o gosto científico, o Brasil vai continuar à míngua no campo tecnológico, sobrevivendo apenas como um fornecedor de matérias-primas, sem diversificar sua economia com produtos de maior valor agregado, o que é muito pouco para um país com tantas perspectivas de crescimento.

A atual estagnação econômica, com crescimentos pífios do Produto Interno Bruto (PIB), deve servir de alerta (mais um) para que a educação seja encarada como prioridade. É dessa forma que poderemos virar o jogo, com uma mão de obra bem formada e qualificada.

O CIEE faz a sua parte, buscando a melhoria da qualificação dos 15 milhões de jovens que, ao longo dos seus 51 anos de fundação, foram encaminhados para o mercado de trabalho por meio do estágio e da aprendizagem.

(*) – É presidente do Conselho de Administração do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp.