Amure Pinho (*)
Empresas da economia tradicional perderam espaço para negócios digitais, escaláveis e disruptivos e as startups representam esse modelo de inovação adotado pelo mundo.
Ao mesmo tempo, estamos vivendo em um cenário de juros baixos, no qual os investimentos em renda fixa não se mostram mais tão vantajosos. Dentro dessa realidade, aqueles que investem pensando no futuro, saem na frente. Com o ecossistema de inovação em fase de amadurecimento, estar presente nele é o movimento natural do mercado.
Para diversificar a carteira de investimentos, ajudar no crescimento do segmento de tecnologia do país e ainda ter ganhos financeiros reais, entra em cena a figura do investidor-anjo. Para quem ainda não está muito familiarizado com o termo, o investidor-anjo é uma pessoa física, em geral um empresário ou empreendedor que possui uma carreira consolidada, com recursos acumulados para alocar uma parte do próprio patrimônio em outra empresa, além de levar sua própria experiência como apoio, rede de contatos e know-how.
Esse “personagem” costuma entrar após a fase inicial da startup, com a missão de alavancar o negócio. Aqueles que se arriscam a mergulhar nesse universo, recebem, como contrapartida, um percentual do negócio. Uma das vantagens do investimento-anjo é que a perda é limitada ao montante investido, mas o ganho pode ser exponencial. Além disso, a lei protege o investidor-anjo em relação a possíveis passivos que a startup possa ter.
O caminho para o sucesso do investidor-anjo são os empreendedores que ele investe e saber escolher o time certo é o grande desafio. São eles que vão decidir os caminhos, na maioria das vezes sem ter os recursos ideais para isso, e o fato de estarem 100% focados em tentar coisas diferentes até dar certo é que fazem deles os únicos que podem, de fato, garantir que seu investimento valorize ao longo do tempo.
Se conversar com qualquer empreendedor que tenha uma história de sucesso, vai descobrir que todos viveram um momento de quase derrota antes da vitória. Brigas na Justiça com gigantes, mudanças no mercado, concorrentes mais capitalizados, perdas que afetam o lado pessoal e emocional. Se empreender é arriscar, startup é montanha-russa sem cinto de segurança. Os times que sobreviveram a isso tinham algo único, escolhiam problemas e mercados maiores, contratavam melhor, conquistavam clientes de um jeito diferente, pensaram em modelos de negócios inovadores.
É por isso que os melhores anjos que eu já conheci, antes foram empreendedores e, por isso, tinham uma bagagem para entender como ajudar (e não atrapalhar) a startup em cada desafio que ela ainda não sabia como enfrentar. Para quem quer apostar no investimento em inovação, é preciso entender as práticas e ferramentas que ajudam a tomar as melhores decisões diante desse novo cenário. Diferente da Bolsa de Valores, em uma startup, o investidor influencia no crescimento.
O anjo-líder dentro de um pool de investimentos, por exemplo, comanda a rodada com outros investidores e faz uma curadoria de empresas que estão em fase de tração, com geração de receita e crescimento comprovado. Por fim, é importante ressaltar que buscar aprendizado sobre o que é necessário para investir nas empresas certas e gerir portfólio com excelência é fundamental para diminuir riscos e maximizar ganhos.
Comece a investir hoje no futuro que você acredita.
(*) – É empreendedor há mais de 20 anos, já foi presidente da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), investidor-anjo em 30 startups e founder do Investidores.vc.