João Matos (*)
Baseado na ideia de que a união faz a força, os fundos de investimento podem ser uma opção para quem almeja fazer aplicações mais rentáveis do que alternativas ultraconservadoras como a poupança. Eles foram criados para atender diversos perfis de investidores que não desejam ou não podem gerir individualmente aplicações financeiras. Mas também há opções mais complexas, destinadas a um grupo de investidores já habituado às nuances do mercado financeiro e, portanto, mais aptos a correr riscos.
Não são poucos os brasileiros que já perceberam as vantagens de aplicar em um fundo de investimentos, entre elas, a gestão profissional da carteira e a possibilidade de diversificar os investimentos mesmo para quem tem pouco capital.
No país, os fundos somam um patrimônio de quase 6,2 trilhões (equivalente a 60% do PIB anual do Brasil), segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Há diferentes categorias de fundos que buscam atender os diversos perfis de investidores. Praticamente, a metade do patrimônio dos fundos está alocada na modalidade de renda fixa que é formada por carteiras que têm pelo menos 80% do patrimônio aplicados em ativos vinculados à variação da taxa de juros ou de índices de preço. Em geral, são títulos públicos federais, debêntures emitidas por empresas, CDBs (certificados de depósito bancário) e outros papéis que representam um empréstimo dos investidores ao governo, às empresas ou aos bancos. Em troca desses empréstimos, eles recebem juros.
Uma outra categoria relevante de fundos de investimento é a da previdência, que representa cerca da quarta parte do volume de patrimônio. Esses produtos do mercado financeiro, entretanto, não devem ser confundidos com aposentadoria no seu estrito senso. Isto porque as aposentadorias como a do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) ou Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) são modalidades de benefício definido. Já os fundos de previdência, quase em sua totalidade de contribuição, são definidos por benefícios que dependerão, naturalmente, do volume das contribuições e do sucesso das aplicações realizadas pelo fundo.
Além de ser uma interessante alternativa para os investidores, os fundos de investimento também são uma importante fonte de financiamento para obras e projetos de longo prazo, tocados pelo governo ou pela iniciativa privada. Com isso, acabam por desempenhar um relevante papel no desenvolvimento do país.
(*) É professor do curso de ciências econômicas da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio (FPMR) e está disponível para entrevista.