Henrique Mafra e Bruno Silva (*)
Startup: palavra que a cada dia que passa se torna mais presente no nosso vocabulário.
O conceito de uma empresa geralmente composta por jovens despojados – de bermuda em um fundo de garagem ou em alguma poltrona de cafeteria – surge praticamente do nada com uma ideia mágica e que ajuda a mudar o mundo enquanto gera milhares de lucros durante a sua jornada de desenvolvimento. A primeira vista, este é o retrato mais comum de uma startup.
No entanto, o que poucos dizem é que não basta apenas uma ideia para obter o tão sonhado êxito. É preciso que haja a soma de várias delas e somente as melhores, aquelas formadas por um misto de pensamentos totalmente distintos, é que irão gerar solidez e riqueza de valor. Assim, uma ideia gerará uma boa solução que, por sua vez, é fruto da polivalência de uma equipe.
As startups, não necessariamente, precisam trabalhar com tecnologia ou ser da área em questão (apesar de que, no geral, elas são empresas que usam a tecnologia como ferramenta para criar soluções). Mas, como problemas não são iguais a uma receita de bolo, uma boa startup precisa contar, na sua equipe, com uma gama de profissionais que apresentem visões distintas compostas pela soma de várias áreas do conhecimento humano.
Seja o cara de Humanas, o metódico de Exatas, o especialista em Biológicas, os nerds, os geeks, os sonhadores ou os céticos, todos possuem dados importantes para a composição de um vasto universo de possibilidades, que servirão de base para a elaboração da solução mais adequada para este ou aquele problema. Vamos trazer isto para a realidade: este tipo de ecossistema de criação focado na polivalência é o que compõe a startup pernambucana Mooh Tech. O trio de fundadores que responde pela empresa traz a expertise de áreas de conhecimento totalmente distintas: o developer, o gestor de processos e o arquiteto.
O developer (Everton Cruz) é o responsável pela validação dos processos e dos conceitos de programação e linguagens. Trabalhando em conjunto, está o gestor de processos (Bruno Silva), que parametriza as fases e funções, estudando a melhor forma de tornar mais eficaz o desenvolvimento das ideias. Já o arquiteto (Henrique Mafra) pensa em como estes processos e especificidades técnicas podem ser trabalhados de forma a oferecer a melhor interação com o cliente.
Assim, acreditamos que a união destes três pilares, bem como a sua equiparidade, é fundamental para o pleno desenvolvimento dos projetos, uma vez que nenhum deles se sobrepõe, mas, sobretudo, se complementam. Dessa forma, a mistura de visões de mundo e maneiras de se resolver um problema podem ser consideradas o início da validação. Este ambiente misto gera a primeira linha de testes para a consolidação do conceito, reduzindo o chamado efeito “pai da criança”, que faz o gestor de um projeto ficar cego à medida que se acostuma com a sua visão do todo.
Em um mundo globalizado, no qual barreiras e muros vêm se tornando cada vez mais pontes, a mistura de pessoas e culturas gera um contexto gradualmente mais complexo para o desenvolvimento de novos produtos. E, neste contexto, é preciso incentivar o surgimento de equipes polivalentes, que tenham expertises e visões distintas, para que possam oferecer produtos que consigam se adequar a um universo dinâmico e variado.
Se nós acreditarmos no poder das ideias, também acreditaremos que elas serão muito mais poderosas à medida que alcançam o maior número de pessoas possível em todo o seu desenvolvimento, composição e execução.
(*) – São cofundadores da Mooh Tech (www.moohtech.com).