Angélica Guidoni (*)
O cenário volátil em que vivemos exige profissionais e empresas com capacidade de se manter em constante aprendizado e adequação aos diferentes momentos.
Algumas ferramentas de desenvolvimento são cada vez mais utilizadas pelas empresas para melhorar o desempenho de seus colaboradores e, consequentemente, os resultados das companhias. Entre elas destaca-se o Mentoring., um processo singular para o fortalecimento profissional e pessoal dos indivíduos e disseminação da cultura da organização.
Dá-se por meio da transmissão do conhecimento entre um profissional experiente (Mentor) e outro que esteja em fase de aprendizado (Mentee). Alcança-se com isso o objetivo de estimular o desenvolvimento do profissional em qualquer fase crucial em que esteja – seja em início de carreira, em um momento de crise ou ainda em transição para um novo cargo na corporação.
Nos últimos anos o perfil das organizações tem se transformado, mas ainda assim poucas mulheres conseguiram quebrar barreiras e chegar aos postos de liderança. Atualmente, representam apenas 10% dos comitês executivos das grandes empresas brasileiras, fazendo com que o país seja o terceiro com menos mulheres líderes no mundo.
Uma pesquisa realizada pelo Peterson Institute for International Economics, em 2016, apontou que ter mulheres em cargos de liderança gera mais lucro às organizações. Pensando nestes dados, muitas empresas já estão se movimentando para ter mais mulheres líderes e buscam no processo de Mentoring, com um olhar específico para o público feminino, um fortíssimo parceiro na formação de novas dirigentes.
A ideia é encorajar essas mulheres a superar barreiras profissionais e pessoais, gerando assim um aumento na eficácia da liderança, maior visibilidade na organização, aumento da autoconfiança e autoestima.
Um Programa de ‘Mentoring para Mulheres’ cumpre perfeitamente este objetivo, na medida em que contribui para apoiar o desenvolvimento da profissional de maneira sistêmica.
Mulheres que passam pela experiência têm se tornado líderes bem qualificadas em vários aspectos e ganham, com destaque, uma visão mais ampla sobre sua carreira e seus relacionamentos. Contar com um Mentor em momentos difíceis da carreira, como, por exemplo, na disputa por cargos mais altos, decisões cruciais para a empresa, ou no retorno da licença maternidade é um diferencial.
Por ser um trabalho sistemático com impacto de médio a longo prazo, os resultados do Mentoring são duradouros e permanentes tanto para a organização como para o profissional que passa pelo processo. Conseguem aprimorar o conhecimento dos negócios de maneira mais rápida e eficiente.
Trata-se de uma estratégia preciosa para a valorização do capital humano dentro das organizações.
(*) – É sócia fundadora da Trajeto RH, atua na área de Recursos Humanos, lidando com empresas nacionais e multinacionais de médio e grande porte (www.trajetorh.com.br).