Marcus Garcia (*)
Como preparar a escola para o futuro? Qual a melhor forma de lidar com os desafios trazidos pela tecnologia, utilizando-a para potencializar o aprendizado?
Debate cada vez mais presente no ambiente educacional, o uso de aparelhos conectados à internet já é uma realidade nas escolas e universidades e desafia o método tradicional de ensino. A escola tende a caminhar cada vez mais com o foco no desenvolvimento humano, deixando de lado os conteúdos compartimentados. Em evidência estarão aspectos culturais, sociais, familiares e políticos, que ganharão reforço com o uso especializado da informação e dos mecanismos técnicos que as processam e disponibilizam.
Em minhas aulas e palestras, procuro direcionar a temática da tecnologia para a área da educação, onde relaciono o estágio atual do desenvolvimento tecnológico com a tendência do desenvolvimento dos gadgets, redes, aplicativos (apps) e dispositivos sempre considerando como a imersão das pessoas nesta realidade, muitas vezes ampliada, torna-se natural, causando mudanças drásticas no comportamento e nas relações sociais e de consumo.
Educação, bens, informação, cultura, arte, lazer, notícias, televisão, cinema, teatro, literatura, música e as mais variadas formas de interação com o conhecimento ganham destaque, numa revolução em que as habilidades sociais ganham cada vez mais importância. O foco não mais está em decorar conceitos, mas em debatê-los em salas de aula, agora também virtuais, que transpassam fronteiras geográficas, em grupos de estudo envolvendo diferentes comunidades.
A prática educativa tende a ser pautada sob a perspectiva de um mundo de novas formas e maior velocidade de construir relações e no qual a tecnologia deve estar a serviço da pedagogia. Neste contexto, a escola no futuro será mais interpretativa, comunicacional e voltada a projetos colaborativos, transdisciplinares, menos focada em avaliação de conteúdo com trabalhos isolados, porém imersa numa compreensão dos contextos do aprendizado para a sociedade.
Um exemplo disso está no uso das redes sociais – hoje temido por muitos educadores. Essas redes propiciam uma forma ágil para troca de informações e a comunicação. Cabe a cada escola, dentro de suas possibilidades de infraestrutura e de pessoal docente, aproveitar esta oportunidade e orientar para a melhor forma de se utilizar os meios. Com eles é possível inclusive proporcionar desafios aos estudantes, como olimpíadas de conhecimentos e fóruns de discussão de problemas políticos contemporâneos locais, nacionais e internacionais.
Para se preparar para a escola do futuro, não se deve vetar o uso das novas tecnologias, mas sim entender o potencial delas e como utilizá-las para transformar o processo de aprendizagem.
(*) – É pedagogo e especialista em inteligência motivacional e gestão de pessoas, e atua como professor do Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE), de Curitiba.