Anderson Clayton (*)
O setor de comunicação visual está passando por uma transição importantíssima.
A tecnologia, que há algum tempo atrás era relegada para um segundo plano, vem sendo cada vez mais priorizada. Os clientes já entendem que para aumentar as oportunidades precisam sair do trivial. Muito em razão da própria conscientização do público.
Hoje o consumidor está habituado com equipamentos eletrônicos como TVs e smartphones que entregam imagens com altíssimas resoluções. Esse olhar apurado e exigente faz com que o segmento necessite também reproduzir a alta qualidade de definição da qual as pessoas já esperam e não abrem mão. Banners convencionais não são mais suficientes.
A lona brilhante deu lugar ao fosco, ao semibrilho, porque o que se busca é fidelidade de cor, vivacidade da imagem. Tornou-se irrefutável que aplicações com detalhes, cores especiais, reserva de verniz, para proporcionar um enobrecimento do material, fazem toda a diferença no resultado do trabalho. Diante disso, o segmento vai além do preço, requer um comportamento mais profissional, para ganhar diferenciais.
E quando se fala em tecnologia não é apenas de impressão, mas também aquela voltada a proporcionar interação. Estamos vivendo em uma era dinâmica e de multitarefas. O gestor anseia, inclusive, acompanhar a evolução da produção e ao mesmo tempo estar de olho no mercado. Quer saber o que a tecnologia pode fazer para facilitar o gerenciamento e as tarefas do seu dia a dia.
Outro ponto que vem sendo cada vez mais valorizado é o relacionamento com o cliente. A reciprocidade, o contato, estabelecer canais efetivos de comunicação e dar suporte são condições fundamentais para quem deseja sair à frente da concorrência. A pandemia acirrou uma crise no mundo, a demanda diminuiu.
Assim sendo, não há espaço para erros, os displays, por exemplo, precisam ser cada vez mais assertivos porque diante do cenário atual não se pode desperdiçar vendas. O primeiro momento, em 2020 e 2021, foi de sobrevivência, agora o próximo passo é investir para crescer e parece que o mercado vem percebendo isso.
Eventos presenciais continuam muito relevantes. Mesmo com os acontecimentos cada vez mais digitais, o brasileiro precisa ainda desse contato próximo, ele quer conhecer de perto as soluções e conversar com fornecedores. A excelente reputação dos eventos da área faz a diferença, não só sob o prisma institucional, mas também para gerar e estimular os negócios.
Porém, precisamos expandir os horizontes e trazer mais gente para impressão digital e não somente para comunicação visual, tais como arquitetos que trabalhem em construtoras, designers. Temos que dar esse pulo do gato, inclusive estimulando o mercado de decoração.
Impressão digital pode estar no salão de festas, no cinema, na parede, em pufs, cadeiras e estofados, no teto, na área comum dos condomínios residenciais, na brinquedoteca… enfim, são infinitas as possibilidades e precisamos saber explorá-las para as próximas edições e sair cada vez mais do óbvio para crescer ainda mais.
Quantos outros profissionais, além de comunicação visual poderiam participar das feiras? Quanto um edifício pode abarcar de impressão digital? Perguntas indispensáveis para aumentarmos o leque de opções e assim fazer deslanchar um segmento que tem tudo para aumentar.
Nós não sabemos o que temos de desejo até o momento em que se está diante dele. E os organizadores de eventos podem nos ajudar a transformar o setor nesse objeto de desejo.
(*) – É presidente da Roland DG no Brasil (www.rolanddg.com.br).