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O renascimento do Brasil

em Artigos
quarta-feira, 23 de março de 2016

Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)

O drama da democracia republicana é a falta de líderes estadistas e o despreparo da população.

As mazelas postas a mostra estão despertando a consciência da população acomodada e desorientada. Falta o ideal de melhora geral, de transformar o país numa verdadeira pátria. Percebe-se a corrupção nos poderes público e econômico. É preciso privatizar e tirar o controle do governo sobre as empresas, mas teme-se que o processo venha de novo a ensejar ganhos escandalosos para privilegiados.

Ainda não superamos a condição de colônia para ingressarmos num país sério e responsável. Permanecemos rodeados pelas moscas e sanguessugas.

Descoberto em 1500, o Brasil tem tudo para ser verdadeiro lar de seres humanos. Faltam líderes estadistas voltados para a melhora geral. Há um grande volume de dinheiro arrecadado com os impostos; os oportunistas o querem para si a qualquer custo, sejam políticos, empresários ou especuladores. O Brasil, assim como outros países atrasados, descuidou da urbanização, da educação, da água e do saneamento.

As mais precárias moradias vão sendo erguidas nos mais inadequados locais, e nada tem sido feito. Abaixo a corrupção e os desonestos que só querem levar vantagem, pouco se importando com o país e sua população, mantendo as novas gerações na ignorância e comodismo para que não pensem com clareza.

Como funciona essa desordem financeira mundial? Os empresários ficam sem saber o que fazer diante da flutuação do câmbio. Quando será encontrada a fórmula do equilíbrio que estabilize as cotações? Globalmente, existem organismos que atribuem nota aos países, rebaixando-as por má gestão financeira, porém sem dar a mínima atenção para o caos na qualidade de vida. Nesse sentido, vários países valem menos do que zero.

No relógio universal tudo tem a hora certa. Aproxima-se a hora de a humanidade mostrar a que veio – o que fez com o tempo que lhe foi concedido. Se as coisas atingiram limites críticos, a responsabilidade maior é dos próprios seres humanos que, dotados de livre arbítrio, deveriam contribuir para um futuro continuadamente melhor, com liberdade e responsabilidade, sem decair ao nível inferior dos animais, produzindo miséria e caos.

Somos desiguais por natureza, o que não autoriza o mais forte tripudiar sobre o mais fraco, ou este ficar a vida inteira alimentando ódio contra os melhores aquinhoados. Como se poderia resolver isso?

Importante é o papel da educação, cujo objetivo maior deveria ser formar seres humanos de qualidade que reconhecem a importância da lei do movimento, pois com qualidade, clareza no pensar e alvos elevados, as desigualdades tenderiam a se amenizar progressivamente, propiciando uma nova forma de viver com progresso, sem a sobreposição do aspecto financeiro ao humano.

Assim como o mundo todo, o Brasil também precisa de um renascimento espiritual, ético, moral, econômico. Um alvo nobre com a participação de todos, cuja prioridade seja a construção de um país digno, que busca a melhora das condições gerais de vida com autonomia, equilíbrio, eficiência, continuado progresso, melhora da qualidade humana de sua população tão descuidada pelo poder público, mas sem falso paternalismo, fortalecendo cada indivíduo para que se movimente em busca de seus sonhos de evoluir, construir e beneficiar.

Paz e Liberdade!

(*) – Graduado pela FEA/USP, realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www.library.com.br). Autor de: Nola – o manuscrito que abalou o mundo; O segredo de Darwin; 2012…e depois?; Desenvolvimento Humano; O Homem Sábio e os Jovens; e A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade ([email protected]).