José Antonio Puppio (*)
A demanda mundial por produtos do agro, sejam alimentos, fibras ou bioenergia ainda vai crescer e são poucos países no mundo serão capazes de atender esse crescimento.
O principal deles certamente é o Brasil, mas para isto precisamos de um novo sistema político baseado em homens com ideais diferentes do passado, onde imperava o toma lá dá cá, ou seja, uma política de votos em troca de favores ou cargos políticos ou qualquer tipo de benesse.
Com a revolução chegando ao campo, o país deverá entrar nesse ambiente da quarta revolução industrial, chegando a nossa oportunidade de assistirmos uma nova onda de crescimento, onde teremos um salto na gestão da produção rural.
A expansão acelerada de tecnologias disruptivas nos países avançados questiona os modelos de produção e serviços construídos pela indústria do século xx, gera mudanças no comportamento dos mercados consumidores e aponta para mudanças econômicas e sociais profundas, incluindo a atividade no campo e a produção de alimentos.
A digitalização, a conectividade e automação acelerada desarticulam indústrias e alteram os padrões de competitividade. Para o Brasil, a diferença entre ser competitivo e permanecer no atraso depende da capacidade de aproveitar as oportunidades abertas pelo ciclo atual.
Se os políticos faltarem, estaremos perdendo mais uma oportunidade de chegar ao nosso futuro.
Temos que ficar atentos, uma vez que no nosso país existem no Brasil fazendas de proporções gigantescas, o agronegócio é pauta de discussão obrigatória e, sobretudo, urgente, entre todos os atores envolvidos com o tema. O agronegócio é responsável por 33% do PIB e por 42% das exportações totais do Brasil, gerando cerca de 37% dos empregos em todo o território nacional.
Tendências tecnológicas da agricultura 4.0, máquinas autônomas, inteligência artificial, big data e blockchain, fazem parte da nossa produção agrícola, que vem alcançando altos índices de produtividade.
Há cerca de uma década, o agronegócio brasileiro tem se consolidado como o principal setor que sustenta a economia do país. A produção brasileira de grãos do período 2018/2019, segundo o 5º levantamento realizado pela Conab, divulgado no dia 12 de fevereiro, deve alcançar 234,1 milhões de toneladas.
Se comparado com a safra passada, o crescimento deverá ser de 6,5 milhões de t, o que representa volume 2,8% superior. Houve incremento de 910,5 mil hectares na área plantada ou 1,5% a mais em relação à safra 2017/18, elevando o total para 62,6 milhões de hectares.
A nossa conclusão é que o Brasil tem tudo para deslanchar, especialmente no agronegócio e que o debate político ganharia muito se deixassem de ideologias do passado para nos concentrarmos nas exigências e oportunidades do nosso século.
(*) – É engenheiro, empresário e autor do Livro ‘Impossível é o que não se tentou’.