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O papel da tecnologia na escola

em Artigos
sexta-feira, 11 de abril de 2025

Luiz Felipe Araújo (*)

A tecnologia tem sido uma grande aliada na gestão escolar, aprimorando a organização, a comunicação e a transparência entre escolas e famílias. Sistemas digitais permitem o acompanhamento em tempo real do desempenho dos alunos, facilitando o trabalho da equipe pedagógica e tornando a administração acadêmica mais eficiente. No entanto, o uso crescente de dispositivos móveis no ambiente escolar levanta um novo desafio: como equilibrar a inovação tecnológica sem comprometer a concentração e o aprendizado dos estudantes?

Um dos principais avanços na gestão educacional foi a digitalização de processos. Hoje, é possível registrar e transmitir informações acadêmicas em tempo real, garantindo maior transparência na comunicação entre escola e família. Com poucos cliques, pais e responsáveis podem acompanhar a frequência dos alunos, notas, ocorrências e até mesmo o desenvolvimento individual de seus filhos. Esse tipo de ferramenta permite um acompanhamento mais próximo e possibilita intervenções pedagógicas mais assertivas quando necessário.

Outro ponto fundamental é a otimização da organização escolar. Sistemas integrados permitem que gestores e professores tenham uma visão clara do planejamento pedagógico e de sua aplicação em sala de aula, facilitando a análise de métricas e a tomada de decisões baseadas em dados. Na prática, isso significa menos tempo gasto com burocracia e mais foco na qualidade do ensino.

Por outro lado, no que diz respeito aos alunos, o uso excessivo de dispositivos móveis dentro da sala de aula se tornou um grande desafio. O acesso constante às redes sociais e aplicativos de mensagens pode comprometer a atenção dos estudantes, prejudicando o aprendizado. Para enfrentar esse problema, as escolas adotaram políticas restritivas nesse sentido, um movimento que ganhou força com a nova lei que proíbe o uso de celulares em todos os níveis da educação básica, com exceção de situações pedagógicas sob orientação dos professores.

Ainda que alguns pontos da medida sejam inegociáveis, a maneira de implementá-la ficou a critério de cada instituição. A vantagem é que, além de reduzir as distrações, isso também contribui para a redução da ansiedade, pois elimina a necessidade de estar sempre conectado.

No entanto, restringir o uso do celular não significa abrir mão da tecnologia como ferramenta pedagógica. Algumas escolas, por exemplo, optam por fornecer dispositivos configurados exclusivamente para fins educacionais, como é o caso dos iPads utilizados na Vereda. Esses aparelhos são limitados a aplicativos e funcionalidades voltadas ao ensino, garantindo que a tecnologia seja uma aliada e não uma distração. Essa solução permite que o aprendizado seja potencializado sem comprometer a concentração dos estudantes.

A chave para equilibrar inovação e restrição tecnológica está no planejamento pedagógico. A tecnologia deve ser integrada de forma estratégica, garantindo que seu uso ocorra em momentos apropriados e com objetivos claros. Quando utilizada de maneira consciente, ela tem o potencial de enriquecer o aprendizado, facilitar a gestão escolar e preparar os alunos para um futuro cada vez mais digital.

A inovação não deve ser vista como uma ameaça, mas como uma ferramenta poderosa para transformar a educação e tornar o processo de ensino-aprendizagem mais dinâmico, eficiente e alinhado com as necessidades da sociedade moderna.

(*) Diretor de Tecnologia e Infraestrutura da Vereda, escola de ensino integral do ABC Paulista