Exemplo disso é o comunicado feito, há menos de um mês, pelos líderes das principais empresas que compõem a Business Roundtable, associação que reúne as maiores companhias dos Estados Unidos.
O manifesto assinado por 181 CEOs muda radicalmente a visão sobre os propósitos de suas corporações, quebrando a política mantida há mais de 20 anos, que focava na maximização dos lucros dos acionistas, acima de tudo.
Pelo documento, fica claro que agora o olhar estará voltado também para consumidores, funcionários, fornecedores e comunidade. O comunicado tem peso, afinal, as companhias que fazem parte da associação somam faturamento de US$7 tri e mais de 15 milhões de funcionários. Entre elas estão: Walmart, Apple e Ford.
Nas declarações sobre os princípios de governança corporativa, cinco pontos específicos foram destacados no texto: entregar serviços ou bens de valor aos clientes; investir nos funcionários e recompensá-los de maneira justa; negociar de forma ética com fornecedores; apoiar as comunidades em que as empresas estão inseridas; e gerar rentabilidade de longo prazo para os acionistas.
Esse direcionamento é apenas uma forma de trazer reflexões sobre a relação dos empresários com as novas exigências de uma sociedade complexa, volátil, incerta e, muitas vezes, ambígua, que ambienta o mundo hoje.
Atualmente, para uma organização ter longevidade, deve-se priorizar os clientes e suas necessidades, depois o investimento em funcionários e na comunidade em que atua, bem como o cuidado com o meio ambiente, pois só assim terá possibilidade de gerar valor a longo prazo e trazer resultado para os acionistas. E isso pode ser visualizado em todos segmentos, inclusive no campo do direito empresarial.
O olhar agora está nas necessidades do cliente e em como proporcionar a melhor experiência, por meio do produto e/ou serviço, que se oferece; no cuidado com os funcionários, pois são eles quem estão em contato direto com o cliente, seja na venda, na prestação do serviço ou na confecção do produto; além do impacto da empresa na sociedade e no meio ambiente.
Estar atento às mudanças e colocá-las em prática é que levará as empresas a serem longevas e prósperas. Mas principalmente é o que transformará funcionários, fornecedores, clientes e as comunidades em embaixadores da marca.
(*) – É gestora da unidade Brasília do escritório Andrade Silva Advogados.