Jorge Pacheco (*)
A forma como as pessoas se relacionam entre si e com suas demandas de trabalho estão mudando radicalmente.
É inegável que devido ao avanço da tecnologia e do acesso à informação as empresas têm se esforçado para acompanhar essas mudanças e se reinventar, mas muitas vezes focam somente em se adequar ao mercado e se esquecem de olhar para dentro e dar atenção ao seu maior ativo, que são seus próprios colaboradores.
Ao fazerem uma autoanálise, as empresas muitas vezes irão se deparar com a dificuldade em manter seus talentos, assistindo colaboradores que preferem mudar de empresa por não se identificarem com o ambiente, comunidade ou valores, o que muitas vezes está totalmente ligado à falta de interação entre as pessoas para construção de projetos em conjunto.
Os modelos tradicionais de gestão demonstram dificuldade em gerar elementos fundamentais para a inovação, enfrentando certa pressão para se reinventarem por meio de ações que não produzem efeito.
Cada vez mais os profissionais buscam lugares em que possam encontrar propósito de trabalhar, com algo que acreditam. É perceptível que desejam fazer parte da construção de projetos, descaracterizando cada vez mais que trabalham para alguém ou até para uma empresa. Somando a isso tudo, hoje já está comprovada a importância do design nos ambientes físicos dentro das empresas.
Ao contrário do que muitos pensam, apenas retirar as paredes não é o que torna um ambiente colaborativo.
Cultura e ambiente físico atuando em harmonia criam as condições para a criação de espaços colaborativos de trabalho que possuem características abertas, culminando em maior liberdade de expressão em diversos ambientes e permissão para que os trabalhos sejam realizados em diversos lugares, como nos lounges, cafés, sofás ou até salas privativas, quando necessário.
Criar um bom ambiente colaborativo de trabalho não é uma tarefa fácil, principalmente porque na maioria das vezes envolve mudanças na cultura da empresa. Além disso, um ambiente colaborativo também pode provocar dificuldades que precisam ser contornadas. No entanto, diversas empresas de sucesso afirmam que o esforço vale a pena devido ao impacto positivo que a mudança causa na experiência de seus colaboradores e relações, o que ajuda a promover a geração de novas ideias e, principalmente, inovação.
Entramos em uma era onde espaços colaborativos de trabalho são uma das mais promissoras vantagens competitivas de mercado.
(*) – É CEO e fundador da Plug, pioneira na cultura de coworkings no Brasil e que possui mais de 800 posições divididas em seis unidades – quatro em São Paulo, Belo Horizonte e Cambridge – além de administrar grandes espaços como o CUBO, em São Paulo.